Polícia Civil do Rio investiga racismo contra rainha de bateria da Imperatriz

À frente da bateria da Imperatriz Leopoldinense pelo segundo ano consecutivo, depois de ter sido “pé quente” em 2023, quando a escola foi campeã, a jovem Maria Mariá, de apenas 20 anos, procurou a Polícia Civil do Rio há um mês para denunciar casos em que foi vítima de racismo. Estudante de Comunicação Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a rainha é cria de Ramos, na Zona Norte carioca, e enfrentou, em setembro, uma onda de comentários raivosos e preconceituosos que foram repassados às autoridades. Agora, investigadores estão empenhados em descobrir e responsabilizar os autores das agressões verbais — há diligências em curso com esse objetivo, conforme apurou a nossa reportagem. 

O caso está sob o guarda-chuva da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde Maria Mariá esteve há um mês para prestar queixa, acompanhada de um advogado. De acordo com a unidade, “diligências estão em andamento para identificar os autores e apurar os fatos”. Não são especificados, no entanto, quais procedimentos já foram e serão feitos pela corporação. 

A maior parte dos comentários que Maria Mariá levou ao conhecimento da Decradi está relacionada às tranças que ela costuma utilizar nos cabelos, como parte de um penteado com motivos afro. Há mensagens, por exemplo, que falam em “cabelo de boneca velha” e ameaçam “acender um isqueiro” para queimar as tranças. 

Maria Mariá, além de rainha, é uma das apostas da Imperatriz para a tentativa de conquistar o bicampeonato em 2024. A verde e branca será a última escola a desfilar no Domingo de Carnaval, 11 de fevereiro, com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira. 

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