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Escalação de filho de Odete Roitman ignora inclusão, cria polêmica e é alvo de críticas

Ator sem deficiência interpreta personagem cadeirante na novela das nove da Globo e reacende debate sobre representatividade PCD

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*As informações contidas neste texto são de responsabilidade dos colunistas e não expressam necessariamente a opinião do portal LeoDias.

          O remake de “Vale Tudo” segue acumulando polêmicas. A mais recente envolve Leonardo Roitman, filho “secreto” de Odete (Débora Bloch). No enredo atualizado, o personagem sobreviveu a um acidente na juventude, vive recluso e usa cadeira de rodas — mas é interpretado pelo ator não‑PCD Guilherme Magon. A opção reavivou críticas à prática conhecida como cripface, quando artistas sem deficiência interpretam papéis que exigiriam vivência PCD.

          O termo “cripface” (de crippled + face) surgiu em movimentos norte‑americanos de direitos das pessoas com deficiência. Assim como o blackface — em que atores brancos pintavam o rosto para ridicularizar negros —, o cripface é apontado como expressão de capacitismo porque retira de intérpretes PCDs oportunidades de trabalho e quase sempre resulta em estereótipos caricatos.

          A escalação recebeu comentários discretos nas redes até ganhar força com a manifestação do cineasta Daniel Gonçalves — ele próprio PCD, diretor dos longas “Meu Nome é Daniel” (2018) e “Assexybilidade” (2023) e codiretor do especial global “Falas de Acesso”. Em publicação no Instagram, Gonçalves questionou a incoerência de uma emissora que se apresenta como defensora da inclusão escolher um ator sem deficiência para um personagem cadeirante, comparando o caso ao blackface em termos de exclusão profissional.

          Na trama de 2025, Leonardo retorna como peça‑chave do passado de Odete: ele foi escondido pela mãe após o acidente, que lhe deixou sequelas motoras, e agora vive sob os cuidados de Nice (Teca Pereira). Magon, de 39 anos, tem carreira no teatro musical e faz sua primeira novela. Não há registro de deficiência em sua biografia pública.

          Entidades e especialistas constantemente reforçam que, além do impacto simbólico, o cripface mantém invisíveis artistas PCDs. Para elas, contratar atores com deficiência amplia a verossimilhança da narrativa e desloca olhares capacitistas enraizados no audiovisual.

          Se a novela de 1988 marcou época discutindo ética, o remake de 2025 expõe que a indústria brasileira ainda tem muito a avançar em diversidade — dentro e fora da tela.

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