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Opinião: “Guerreiros do Sol” mostra que ainda se faz grande novela no Brasil

Texto preciso, elenco afiado e direção segura fazem da trama do Globoplay uma das melhores da era do streaming

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*As informações contidas neste texto são de responsabilidade dos colunistas e não expressam necessariamente a opinião do portal LeoDias.

          “Guerreiros do Sol” é, sem exagero, uma das produções mais impactantes da teledramaturgia brasileira dos últimos anos. Escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, a novela do Globoplay vai além de ser um retrato do cangaço — ela mergulha fundo em conflitos humanos, dilemas morais e relações intensas sem perder o ritmo popular de um bom folhetim. É uma obra que, ao mesmo tempo, respeita as convenções do gênero e eleva o padrão de qualidade narrativa, técnica e interpretativa.

          Ao contrário de outras produções recentes como o remake de “Vale Tudo”, que vem sendo criticado por sua superficialidade e diálogos genéricos, “Guerreiros do Sol” não subestima o público. A trama é densa, mas acessível. Ela entrega complexidade emocional e crítica social sem soar artificial ou pretensiosa. Isso é mérito direto do texto afiado de George Moura, que consegue equilibrar tensão, humanidade e poesia em um mesmo diálogo.

          Um dos pontos mais fortes da novela é o elenco. Não há ponto fraco. Todos os atores estão impecáveis e entregam performances que prendem a atenção do início ao fim. Cada personagem é interpretado com nuances, mesmo os vilões, que não são retratados de forma maniqueísta. Arduíno (Irandhir Santos) e Coronel Eloi (José de Abreu), por exemplo, são figuras que transbordam ambiguidade moral — carrascos e, ao mesmo tempo, humanos. Até mesmo os mocinhos Rosa (Isadora Cruz) e Josué (Thomás Aquino) trilham esse mesmo caminho.

          A relação entre Jânia (Alinne Moraes) e Otília (Alice Carvalho) é um dos arcos mais relevantes da trama. Trata-se de um tema ainda tratado com reservas na teledramaturgia — o amor entre duas mulheres — mas aqui é conduzido com coragem, sensibilidade e naturalidade. Não é um recurso de impacto barato, mas sim uma história bem construída, com camadas, conflitos e afetos reais.

          Visualmente, “Guerreiros do Sol” é deslumbrante. A fotografia não é só bonita: ela reforça o clima árido, tenso e simbólico do sertão. Cada enquadramento parece pensado para reforçar a dramaticidade da cena. A direção de Rogério Gomes, o Papinha, é segura, dinâmica e sabe quando acelerar e quando parar para respirar com os personagens.

          “Guerreiros do Sol” prova que é possível fazer uma novela popular com qualidade cinematográfica. Ela respeita o público, entrega entretenimento e reflexão na mesma medida, e se posiciona como uma resposta firme a quem acha que a teledramaturgia brasileira perdeu o rumo. Não perdeu — só estava esperando a obra certa para mostrar do que ainda é capaz.

          Assistir “Guerreiros do Sol” não é apenas acompanhar uma novela. É testemunhar uma obra-prima da TV.

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