Ao vivo
Oruam nega apologia ao crime e revela o que precisa mudar: “Ser mais homem” Mulher de Daniel Alves, Joana Sanz anuncia que está grávida
Oruam nega apologia ao crime e revela o que precisa mudar: “Ser mais homem” Mulher de Daniel Alves, Joana Sanz anuncia que está grávida
Exclusivo

“A comparação haverá sempre”, diz Cacá Ottoni sobre trabalho em Vale Tudo

Rita Malot interpretou personagem na primeira versão

Whatsapp telegram facebook twitter

*As informações contidas neste texto são de responsabilidade dos colunistas e não expressam necessariamente a opinião do portal LeoDias.

          Cacá Ottoni vai fazer a Marieta, assistente de produção da agência de conteúdo Tomorrow, no remake de “Vale Tudo”, que estreia nesta segunda-feira na Globo. A personagem, que na primeira versão foi interpretada por Rita Malot, é descrita como proativa, trabalhadora e bem- humorada, mas acaba se envolvendo em várias confusões, provocadas principalmente por Maria de Fátima (Bella Campos).

          Com 32 anos, a atriz estreou profissionalmente aos 17, com a peça “Improzap”. Porém, foi aos 21 que ganhou projeção nacional ao fazer a Morgana em “Malhação”. Seu último trabalho em uma novela foi como Joana, uma jovem que se dividia entre os estudos numa escola pública e o trabalho no bar do pai, em “Amor de Mãe”, obra da mesma autora de “Vale Tudo”.

          Cacá ainda é orientadora em um programa formativo no Firjan e está roteirizando uma série em fase de produção.

          Carioca, ganhou o prêmio de Melhor Atriz do Festival Cine-Maracanaú por seu trabalho no filme “Caubóis do Apocalipse”. Já o longa “Canastra suja” lhe rendeu indicação a Melhor Atriz do Festival de Los Angeles- LABRFF.

          Você chegou a ver cenas da Marieta, vivida por Rita Malot, na primeira versão? Como a “modernizou” para os tempos atuais?

          – Comecei a assistir Vale Tudo pelas cenas da Rita assim que soube que estaria no elenco. Adorei conhecer o trabalho dela! Mas acho que a modernização foi um processo bem natural, diante da nova dinâmica da Tomorrow na novela. Na primeira versão, tratava-se de uma revista, nessa agora a Tomorrow se transformou numa agência de conteúdo. Então, o novo dia a dia da empresa impacta diretamente na relação de todas as personagens envolvidas.

          A Marieta da atualidade saiu de trás do balcão e ganhou o trabalho operacional de todos os eventos da Tomorrow. Ela continua muito trabalhadora e prestativa como na primeira versão, mas sinto que joga mais nas 11, como qualquer profissional do mundo contemporâneo precisa, não é mesmo? Ao mesmo tempo, a novela mantém uma pincelada vintage que segura na mão do expectador fã assíduo da primeira versão! Ou seja, só não dá pra perder!

          É mais fácil ou mais difícil fazer uma personagem que já existiu? Acha que haverá comparação?

          – A comparação haverá sempre. Inclusive, comparar-se nunca esteve tão em alta como agora com o crescimento das redes sociais. E nem considero algo apenas ruim. Eu também li os capítulos percebendo o que havia de novo e o que se mantinha mais fidedigno à primeira versão. O que me incomoda é quando a comparação é utilizada pra diminuir o trabalho de alguém. Assim como na versão original, a nova Vale Tudo conta com um elenco extremamente competente. Sobre a Marieta, é diferente de fazer um personagem que já existiu, porque as adaptações já trazem muita novidade para as personagens.

          A Marieta, como mencionei, que antes era secretária pessoal do Renato Filipeli numa revista, agora é secretária e produtora de uma agência de conteúdo, o que já muda totalmente a dinâmica de trabalho e as relações dentro da empresa. Existe um provérbio africano que diz: “O presente precisa subir nas costas do passado para olhar o futuro.” E acho que tem a ver com esse movimento do remake. A versão anterior funciona como uma base para construirmos essa história no presente, que nos move para o horizonte que enxergamos em 2025. E essa novela que já trazia temas tão atuais, tem tudo pra se comunicar com a nossa realidade contemporânea, com um sucesso estrondoso.

          Vale Tudo é uma novela sempre lembrada. Você já tinha assistido à primeira versão? O que já conhecida dessa história?

          – Estudei Vale Tudo na escola. Lembro-me da minha turma ficar responsável pela década de 1980, durante um evento da escola que abordava costumes e acontecimentos de cada década. O texto que eu falava no palco, no auge dos meus oito anos, citava Odete Roitman como uma figura emblemática, digna de destaque em sua década. E, de fato, Vale Tudo é uma novela histórica. Mas, só fui assistir cenas da versão original, quando soube que participaria da novela. Me impressiona muito o quanto ‘VT’ está no imaginário dos brasileiros, me surpreendi com amigos que não têm mais o hábito de assistir novela, mas são especialistas na trama de Vale Tudo.

          Por isso, acredito que até quem não teve contato direto com a trama, carrega essas histórias quase que no DNA. Pra quem não viu, vale muito a pena assistir à primeira versão, até pra pensar em como a nossa sociedade mudou nos últimos 30 anos. Percebo, inclusive, conquistas que podem parecer pequenas, mas representam avanços significativos, principalmente no que diz respeito ao lugar da mulher na sociedade e na forma como esperamos ser tratadas por nossos parceiros. E tanto pra quem assistiu quanto pra quem não, vale assistir à nova versão que conversa tão bem com a primeira, sem abrir mão da novidade. O texto da Manu(Manuela Dias, autora) é sempre um show à parte!

          Cacá, seu primeiro trabalho na TV foi em “Malhação”, numa temporada de muito sucesso. A novelinha era celeiro de lançamento de novos atores. Como isso impactou sua carreira? O público vive pedindo o retorno dessa produção. O que você pensa sobre ela?

          – A Malhação me apresentou ao universo audiovisual. Foi durante as gravações, que aprendi o vocabulário básico desse trabalho. Foi quando percebi o quanto era mais difícil do que parecia também, por conta de todo o aparato técnico, repetições, alto volume de cenas por dia, etc… Tornei-me, inclusive, menos crítica com o trabalho dos atores ao assistir uma cena, pela consciência de que trabalhar na televisão não é nada glamoroso ou simples como pode parecer pra quem não conhece os bastidores. Como espectadora, sinto falta de conteúdo voltado pro público jovem na TV, sim. Entendo que é difícil competir com a Internet, principalmente com a relação que o público infantojuvenil tem com as novas ferramentas.

          Mas é um público carente de boas narrativas. Minha Malhação foi escrita pela Rosane Svartman, uma autora genial que dedicou, e dedica até hoje, grande parte de sua carreira a esse público tão polêmico e apaixonante ao mesmo tempo. Até hoje me reconhecem na rua pela Morgana, com um carinho imenso de quem percebe o quanto a novela adolescente fez parte de sua formação. A Rosane tem uma capacidade de tratar temas jovens sem subestimá-los e sempre de perto, a ponto de esquecermos que é uma adulta escrevendo, no melhor dos sentidos! Malhação ainda me presenteou com amigos pra vida toda!

          Eu acho que podia voltar, em um novo formato, com um novo nome, até porque essas novas gerações carregam o peso da responsabilidade de lidar com um planeta que estamos destruindo há muito tempo, e que precisa ser cuidado urgentemente. Dialogar com essa faixa etária é mais do que essencial, é uma questão de sobrevivência.

          Você também esteve em Amor de mãe, uma novela que foi interrompida pela pandemia. Como foi retomar o trabalho cinco meses após uma pausa? Como foi “resgatar” a personagem sem perder o vigor?

          – Foi uma loucura! Fomos uma das primeiras produções a voltar pós-pandemia. Gravávamos com dezenas de EPIs, parede de acrílico que separavam os atores e testes diários de COVID. Como a própria novela incorporou a pandemia na trama, existia uma proximidade muito grande entre o que nós vivíamos como atores e como personagens. Quando lembro das gravações, me parecem quase um delírio, algo irreal, e não uma memória. Acho que uma das maiores dificuldades era articular de máscara, e tentar preservar as expressões tão limitadas por essa necessidade de se proteger. Além do que foi um período muito difícil pro mundo inteiro. É difícil encontrar alguém que não tenha perdido um grande amigo, familiares, amores. Acho que a novela exerceu muito bem seu papel catártico ao retratar a pandemia em tempo real.

          No seu currículo consta trabalho em “Sob pressão”, uma série de grande relevância teledramatúrgica. Como foi fazer esse trabalho?

          – Sou fã do Julinho Andrade, assumida, já falei inclusive pra ele que o considero meu Daniel Day-Lewis. (risos) Tive a honra de trabalhar com ele em Sob Pressão, e agora em Vale Tudo. Na minha opinião, a série está entre as maiores obras audiovisuais brasileiras. O SUS ainda fez parte da minha vida diversas vezes: no nascimento da minha filha, no tratamento oncológico da minha mãe e agora do meu pai. Então sou defensora assídua da importância de defender a saúde pública do país, seja através de relatos de profissionais heroicos que habitam as unidades de pronto-atendimento, seja pela denúncia do sucateamento de hospitais públicos.

          Durante as internações do meu pai, conheci histórias que pareciam relatos do Marcio Maranhão, escritor do livro que deu origem ao filme e a série. Na temporada em que participei, interpretei a Lucília, uma personagem com alta carga dramática, que ia ao hospital por conta da internação do pai, um padre, que não a conhecia pessoalmente. Foi um desafio grande, mas a equipe maravilhosa foi super acolhedora e gosto bastante do resultado. Fui dirigida pela Rebeca Diniz, uma diretora fantástica, além do próprio Julinho, que além de atuar também dirigiu a quinta temporada. Ainda contei com a preparação do meu grande amigo Guilhermo Marcondes, que fez toda a diferença. Foi maravilhoso!

          Fique por dentro!

          Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga @leodias no Instagram.

          Agora também estamos no WhatsApp! Clique aqui e receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.

          Whatsapp telegram facebook twitter