Na jornada de transformar uma casa em um lar, muitas vezes nos encontramos frente a desafios que podem escapar ao nosso controle imediato. Esse impasse, geralmente, surge na forma de uma dissonância arquitetônica entre o que sonhamos e o que realmente temos. Com o mercado imobiliário apresentando constantes desafios, muitos acabam comprando ou alugando imóveis que não são exatamente o alinhamento perfeito com seu estilo de vida desejado. Isso inclui tanto as novas construções modernas, que muitas vezes não incorporam as características charmosas de casas mais antigas, quanto as residências tradicionais, que podem não acomodar facilmente tendências de decoração contemporâneas.
Identificar os sinais de que o design interior não conversa bem com a arquitetura pode ser o primeiro passo para solucionar o problema. Segundo especialistas, um dos principais indicadores é a sensação de desconforto ou tensão visual em um espaço. Como se a casa vestisse “roupas” incompatíveis. Um fator determinante para essa sensação é um descompasso entre os elementos arquitetônicos originais do imóvel e os móveis ou decorações escolhidos. Isso não afeta apenas a estética, mas também pode influenciar o bem-estar de seus ocupantes.
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Como alinhar o interior ao estilo da casa?
Para corrigir essa desarmonia, é recomendado começar pelo reconhecimento das características arquitetônicas originais da sua casa. Aspectos como a altura do teto, o formato das janelas, rodapés, e quaisquer elementos embutidos podem oferecer pistas valiosas sobre o estilo mais apropriado para o ambiente. Com isso em mente, a escolha de móveis e decorações que respeitem ou complementem a época na qual a casa foi construída se torna mais intuitiva e eficaz. Por exemplo, uma casa construída no início do século passado pode se beneficiar de mobiliário tradicional, enquanto uma residência erguida recentemente pode ser um palco perfeito para estilos modernos como o minimalista orgânico.

É viável misturar estilos diferentes?
Com certeza é possível combinar diferentes estilos, mas é preciso cuidado e atenção aos detalhes para evitar criar um espaço que pareça desorganizado ou incoerente. Elementos-chave a serem considerados incluem a repetição de tons ou texturas em mobiliário moderno e vintage, o que pode ajudar a criar um senso de unidade. Além disso, é recomendável que as peças sejam escolhidas com critério, optando por aquelas com personalidade e caráter inerentes, em vez de soluções produzidas em massa. A integração de elementos pode ser feita através de truques visuais, como a colocação de arte moderna em molduras douradas antiquadas ou o uso de almofadas toile sobre camas de estilo farmhouse contemporâneas.

Qual é o papel do designer de interiores?
Para aqueles que sentem dificuldade em lidar com a complexidade de harmonizar diferentes estilos arquitetônicos e decorativos, considerar a contratação de um designer de interiores pode ser uma solução eficaz. Profissionais nesta área não apenas auxiliam na criação de um espaço coeso e agradável, mas também podem evitar que se cometam os erros comuns ao se tentar direcionar sozinho um projeto de decoração. É possível consultar especialistas para obter sugestões estratégicas que respeitem a identidade do lar, sem necessariamente comprometer o orçamento.

Em última análise, o design de interiores não é apenas um exercício estético, mas uma prática que pode amplamente impactar o conforto e a vivência dos habitantes da casa. Quando a arquitetura é respeitada e destacada, não só se cria um espaço harmonioso e funcional, mas se adiciona um valor inestimável ao ambiente, transformando a simples moradia em um lugar que verdadeiramente se pode chamar de lar.