As temperaturas elevadas estão associadas a mais hospitalizações psiquiátricas, maior risco de suicídio e piora geral do estado emocional, de acordo com pesquisa publicada na The Lancet. Os efeitos também são observados em pessoas sem condições preexistentes. As ondas de calor não apenas agravam os sintomas existentes, mas também afetam o estado emocional geral da população, causando irritabilidade, apatia ou ansiedade.
Estudos indicam que cada grau adicional de temperatura pode aumentar em 1,3% as visitas a emergências por pensamentos suicidas em adolescentes, o que reforça a gravidade do impacto do calor na saúde mental. Outros estudos também observaram um aumento de episódios de agressividade e violência em períodos mais quentes, sugerindo que contextos urbanos sem áreas verdes ou sombra podem ampliar esse efeito.
- O corpo sofre estresse: o calor extremo interrompe nossas funções físicas.
- Rotinas alteradas: paramos de fazer o que nos regula, como dormir bem e exercitar-se.
- Isolamento social: as pessoas evitam sair ou socializar nos dias mais quentes.
- Desidratação: com o aumento da transpiração, a desidratação é mais frequente, impactando negativamente o humor e a disposição.
O que explica essa relação entre calor e saúde mental?
O calor extremo interrompe nossas funções físicas: causa alterações hormonais, aumenta o estresse cardiovascular e gera o estresse por calor. Além disso, em climas muito quentes, dormimos pior, nos exercitamos menos e abandonamos rotinas que nos ajudam a nos sentir bem. Outro fator importante é a queda na ingestão alimentar adequada, já que o calor pode diminuir o apetite, o que impacta a disponibilidade de nutrientes necessários para o funcionamento cerebral.
Qual o impacto do calor extremo na função cognitiva?
Vários estudos indicam que o calor extremo pode prejudicar a função cognitiva, afetando negativamente a concentração e a memória. Isso se deve ao esforço adicional que o corpo faz para manter a homeostase interna, o que pode causar fadiga mental e reduzir o desempenho em tarefas que requerem atenção sustentada. Pesquisas recentes também relacionam o aumento de temperaturas a um risco maior de acidentes de trabalho e de trânsito por causa da perda cognitiva.
Como o isolamento agrava a situação?
Nos dias mais quentes, as pessoas evitam sair ou socializar. Esse isolamento, especialmente em locais sem sombra ou recursos, alimenta a solidão e o sofrimento psicológico. É importante entender que nem sempre estamos conscientes de como o ambiente físico impacta nosso estado mental. Estudos mostram que o isolamento agravado pelo clima pode levar à intensificação de quadros ansiosos e depressivos.
Atenção aos medicamentos: Um aviso importante
Alguns medicamentos, como antidepressivos e antipsicóticos, reduzem a capacidade do corpo de regular sua temperatura. Isso pode aumentar o risco em dias de calor extremo. Entre estes, os antidepressivos tricíclicos são conhecidos por seus efeitos anticolinérgicos que interferem na termorregulação corporal. Anticonvulsivantes, benzodiazepínicos e alguns medicamentos para pressão arterial também podem potencializar os riscos. Por isso, é fundamental que pessoas que usam esses medicamentos redobrem os cuidados nos dias de calor intenso.
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Aprendendo a lidar com o calor para proteger a saúde mental
- Identifique os sinais: reconheça sintomas de estresse por calor e busque auxílio.
- Mantenha rotinas saudáveis: procure manter uma boa qualidade de sono e atividade física.
- Socialize sempre que possível: mesmo que virtualmente, para evitar o isolamento.
- Evite atividades físicas intensas durante os períodos mais quentes: isso ajuda a reduzir o risco de exaustão pelo calor e outros problemas de saúde relacionados ao calor extremo.
- Beba bastante água: a hidratação é essencial para prevenir quedas de disposição, irritabilidade e complicações físicas.
- Procure ambientes refrigerados ou com ventilação adequada: sempre que possível, utilize estratégias como ventiladores, ar-condicionado ou banhos frios para amenizar os efeitos do calor sobre o corpo e a mente.
