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Narrador da Globo reclama de interação de atletas e clubes com a imprensa

Milton Leite fez uma comparação com a cobertura feita há alguns anos com a dos últimos anos

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      Nesta quinta-feira (25/7) o narrador da TV Globo, Milton Leite contou, em entrevista a revista Quem, as principais dificuldades da cobertura esportiva dos dias atuais. Na próxima sexta-feira (26/7), o mundo todo volta os olhares para Paris, com o objetivo de acompanhar as Olimpíadas. Este será, justamente, o último evento esportivo que o narrador cobrirá. Com 30 anos no mercado, o jornalista disse que a qualidade das coberturas ficaram ruins por conta do avanço das mídias sociais e a pouca abertura de clubes e atletas para interações com a imprensa.

      Segundo o narrador, as entrevista de ultimamente não têm mais sinceridade e espaço para arrancar novidades da boca dos atletas.

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      “Os times hoje são muito mais fechados do que eram na época em que comecei. Quando eu trabalhava em Jundiaí, na rádio, o jogo acabava e o jornalista entrava no vestiário. Tinha um tomando banho, outro pelado andando, você entrevistar o cara. Isso acabou”, relembrou Milton.

      Segundo o jornalista, uma das poucas formas de se ter contato é através das coletivas de imprensa que, na maioria das vezes, apenas os treinadores falam.

      “Se você quiser saber o que aconteceu durante a semana com aquele time, você tem que confiar no que está falando da assessoria de imprensa do clube. Tudo isso mudou. É muito mais blindado, muito mais fechado. A relação mudou muito e tem coisas boas ruins, né?”, afirmou o jornalista, destacando que é difícil ter uma exclusiva nesse mundo.

      Ânsia dos atletas pelas redes sociais

      Ainda segundo Milton Leite, a vontade de aparecer nas rede sociais e viralizar acaba fazendo com que se perca a qualidade de informação nas coberturas.

      “Todo mundo quer virar meme, fazer piada, fazer uma gracinha porque sabe que isso vai repercutir nos sites, nos blogs e na TV. Embora haja muita qualidade em gente jovem que está surgindo, há uma impregnação desse lance de memes, de como repercutir nas redes sociais… Tem gente que já vai pro jogo com algo pensado para falar porque sabe que aquilo vai ter alguma repercussão. Nesse sentido, a gente perdeu muito”, finalizou ele.

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