Empresário processa MC Créu por agir de má fé em fim de sociedade e cobra R$ 500 mil
Kokão pede na Justiça o reconhecimento e a dissolução de sociedade, firmada de forma informal entre ele e MC Créu, além da quantia de meio milhão
Foi protocolado na última segunda-feira (11/3), na primeira instância Tribunal de Justiça de São Paulo, uma ação movida pelo empresário Kleber Kokão, responsável pelo gerenciamento de carreira de diversos artistas do funk, contra o MC Créu. O empresário acusa o funkeiro e pai do DJ LK de agir de má-fé em sociedade firmada entre eles e cobra a quantia de R$ 500 mil, referente a porcentagem de lucro de contrato fechado entre LK e a gravadora Sony Music. O portal LeoDias teve acesso ao processo e te explica aqui o imbróglio que movimenta os bastidores do funk.
Kleber Almeida da Silva, o Kokão pede na Justiça o reconhecimento e a dissolução de sociedade, firmada de maneira informal entre ele, Sérgio Costa, o MC Créu, e DJ LK, após a extinção do grupo de funk “Trio da Escócia”, além da cobrança de meio milhão de reais.
O início da parceria
De acordo com o relato de Kokão no processo, ele e MC Créu se conheceram quando o funkeiro ainda era artista gerenciado pela empresa Play Produtora. Por ser o responsável direto pelas vendas dos shows, os dois acabaram construindo um laço de confiança e amizade, que fez com que anos depois, após ambos deixarem a produtora, Créu o procurasse com a proposta de se tornarem sócios igualitários e gerenciamento da carreira do grupo “Trio da Escócia”, que na época o filho do funkeiro, DJ LK fazia parte, juntamente com os músicos Breno e Pedrinho.
“A proposta do Mc Créu ao Autor era a seguinte, eles seriam empresários do Trilogia da Escócia, como sócios igualitários, e o Autor usaria toda sua influência para vender os shows do grupo, fazer clipes, hits de sucesso, subir as músicas para as plataformas digitais, conseguir entrevistas midiáticas, parcerias musicais etc”, explica Kleber.
Ainda na ação, o advogado de Kokão enfatiza que o contrato em questão não foi registrado em nenhum cartório ou sequer assinado formalmente, a sociedade foi firmada por meio de um contrato verbal.
“O meio do Funk é bem informal, motivo pelo qual, o Mc Créu e o Autor, sem qualquer contrato assinado, fizeram sociedade, para empresariar o grupo Trilogia da Escócia, ficando combinado verbalmente que, todos os valores dos lucros seriam divididos em 50% (cinquenta por cento) para o grupo, e 50% (cinquenta por cento) para os empresários, ou seja, 25% (vinte e cinco por cento) dos lucros para o Mc Créu, e 25% (vinte e cinco por
cento) dos lucros para o Autor”explicou o advogado.
“Embora o contrato pactuado tenha sido verbal, é importante demonstrar que ele teve pleno cumprimento enquanto vigentes as tratativas amigáveis existentes entre MC Créu e o Autor”, completou.
No processo, a defesa de Kokão relata que apesar do contrato com Créu ter sido de boca, há entrevistas concedidas pelos membros do Triologia da Escócia, todos os músicos, incluindo o DJ LK, reconheciam Kokão e MC Créu como seus empresários. E que também há entrevistas concedidas pelo próprio MC Créu em que ele reconhece Kokão como seu sócio.
“A sociedade estava dando certo e rendendo frutos, e graças a influência do Autor no meio artístico, o Trilogia da Escócia estava lançando diversos hits de sucesso, gravando clipes, dando entrevistas, fazendo shows etc. Por brigas internas entre o grupo Trilogia da Escócia, os músicos se separaram, e o grupo chegou ao fim, sendo que, por estarem famosos, cada integrante escolheu seguir sua própria carreira solo”, diz trecho do processo.
Com o fim do grupo “Trio da Escócia”, MC Créu teria combinado com Kokão de manter a sociedade, mas desta vez gerenciando única e exclusivamente a carreira do filho, DJ LK, sem alterar a porcentagem de ganhos, permanecendo 50% para o artista e 50% para os empresários, ficando 25% para Kokão e 25% para Créu.
Segundo o relato do empresário, ele ficou responsável por conseguir gravações de músicas, parcerias musicais, gravações de clipe, shows, entrevistas etc, além de ficar em período integral à disposição de LK.
“Graças ao trabalho de ambos, o DJ. LK “estourou” na mídia com o hit “Tubarão, te amo”, música que uniu o DJ. LK com os famosos Mcs Ryan e Daniel, além de ser um revival do famoso grupo de Axé, Tchakabum. Neste período de extremo sucesso, o autor conseguiu que o DJ. LK participasse de um show com o Mc Ryan, o que deu mais notoriedade ao DJ. LK”, afirmou a defesa de Kokão.
“Todo este sucesso chamou a atenção da famosa e aclamada Sony Produtora, que contratou o DJ. LK por ter interesse no trabalho do artista”, relata Kokão no processo.
O repentino fim da sociedade
Com o sucesso de DJ LK, após a música “Tubarão, te amo”, gravada com MC Ryan e Daniel, Créu passou a fazer negociações às escondidas com a Sony Music, sem o consentimento e conhecimento de Kokão, que até então ainda atuava como sócio.
“O Mc Créu, em total má-fé, desonrando com o que ficou pactuado tacitamente com o Autor, fingiu que era o único empresário responsável pela carreira do DJ. LK, excluindo o Autor das negociações que envolviam a Sony Produtora e o artista”, relatou o empresário em trecho da ação judicial.
A gravadora fechou contrato com o herdeiro de Créu, DJ LK, no dia 11 de agosto de 2023. Porém, segundo relatado no processo, Kokão só foi informado do interesse da Sony e do fechamento do contrato, após a assinatura, quando Créu organizou um jantar para informar que não precisava mais dos serviços de Kokão, desfazendo a sociedade.
“Após a negociação, o Mc Créu contou o ocorrido para o Autor, alegando que o DJ. LK era da Produtora Sony, e que eles não mais trabalhariam com o artista, e que o valor da negociação foi de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), que seriam pagos em 5 (cinco) parcelas de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) por ano, em 5 (cinco) anos”, diz o advogado de Kokão em trecho do processo. Porém, é notório que o cálculo em questão, citado pela defeda de Kokão nos autos do processo não bate, já que 5 parcelas de R$ 500 se equivalem a 2,5 milhões de reais.
Ciente do contrato com a Sony Music e do acordo da sociedade, Kokão cobrou os 25% do valor da quantia acertada com a gravadora, porém foi informado por Créu, que ele só teria direito apenas a R$ 50 mil, que lhe seria pago depois de 1 ano, nesse caso em agosto de 2024.
Ainda no processo, Kokão relata que buscou MC Créu e o DJ LK diversas vezes para chegarem em um acordo, mas ambos os artistas o ignoraram.
Versão de MC Créu
Procurado pelo portal LeoDias, MC Créu afirmou não ter sido notificado pela Justiça sobre o processo em questão. Além disso, o músico informou que Kokão nunca foi seu sócio na gestão da carreira do filho e que apenas vendia shows.
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