“Se você está procurando segurança, não seja um artista”, desabafa Christiane Torloni

Christiane Torloni saiu da TV Globo em abril de 2023 e no ano que vem vai completar 50 anos de carreira. Ela falou sobre a carreira durante as décadas que teve papéis consagrados na televisão brasileira em uma entrevista ao F5 e aconselhou que quem pretende seguir uma carreira artística não deve pensar em ganhar dinheiro de forma estável.

Ela iniciou a conversa elogiando a emissora de que se aposentou: “Eu ganhei na loteria por de ter tido a oportunidade de trabalhar numa instituição que, para o Brasil, eu acho que é um orgulho.”

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Leo Dias

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Christiane Torloni anuncia saída da Globo após quase 50 anos na emissora

De acordo com ela, não ter mais contrato fixo é mais adequado para quem vive da arte.

“Se você está procurando segurança, não seja um artista. Você pode até ter jeito para a coisa, mas se você quer segurança, você não pode ser um artista. Você não deve ser. Você vai sofrer miseravelmente. Porque parte da criação vem dessa instabilidade. Existe uma coisa que o artista lida que se chama impermanência. Se você se apegar demais, você está ferrado”, brincou a atriz.

Interpretações passadas

Christiane relembrou que quando estava na Globo tentou conciliar outros projetos profissionais.

“Eu fiz muitos trabalhos por obra certa. E, nesses intervalos, entre uma obra e outra, eu fui fazendo teatro, eu fui fazendo cinema. São várias colunas que apoiam a minha carreira. Não uma só. Porque é perigosíssimo você colocar todos os ovos numa cesta só”, lembrou.

Novelas espíritas

Torloni comentou ainda sobre os folhetins que tem por temática o espiritismo, como Alma Gêmea, que está sendo reprisada agora na emissora. Ela acredita que a TV é essencial, pois fala diretamente com o público.

“Tem espaço para todo mundo, tem espaço para todas as dramaturgias, tem espaço para todos os cinemas e para todas as artes. Tem que ter lugar para tudo na poesia. Onde não tem é na política. Porque, ao que me conste, o Estado brasileiro é laico. E aí que a gente vai ter as superposições que são perigosas”, defendeu ela.