O que fez Silvio de Abreu para evitar o tom de série nas novelas da Max
Novelista explicou a diferença de um gênero para outro em entrevista ao "Programa Flávio Ricco", da LeoDias TV, nesta terça-feira (18/03)

Com um novo modelo de novelas ganhando projeção no streaming, Silvio de Abreu, autor com mais de quatro décadas de grandes sucessos na televisão — também nome por trás de “Beleza Fatal” –, da Max, tratou de explicar o que diferencia, de fato, uma produção folhetinesca do gênero séries. A diferença de um para outro, claro, evidencia narrativas muito peculiares. Silvio, como se sabe, foi quem implantou o departamento de novelas da plataforma. Tudo isso ele esclareceu em entrevista ao “Programa Flávio Ricco”, da LeoDias TV, levado ao ar nesta terça-feira (18/03).
“Eu não queria uma narrativa de série, existe uma diferença grande. Série são personagens que vão passando por situações. Já a novela é uma história contínua, que é o que eu queria ter. Novela tem elementos de folhetim que a série não tem”, explicou ele.
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Silvio, que emplacou enormes sucessos na dramaturgia da Globo, entre as mais recentes “Belíssima” (2005) e “Passione” (2010), pontuou alguns elementos que identificam uma obra do gênero. “São coisas bem clichês, mas que o povo adora ver, como a vilã, a mocinha, a carta escondida, o segredo, a vingança, essas coisas que formam o folhetim é que fazem o sabor da história”, disse.
“Tudo isso a gente colocou num caldeirão para fazer ‘Beleza Fatal’. Não com relação só à história, porque a história veio do Raphael [Montes, autor], mas da maneira de contar a história”, contou.
“A novela você primeiro apresenta uma ideia, a ideia é boa […] Você faz uma sinopse, que é quase um livro em que você vai explicar todas as coisas que vão acontecer, e a terceira e mais importante parte é como você vai contar a história, de que maneira essa história será contada, qual é o personagem catalizador das emoções, qual é o personagem que vai sofrer as ações. Tudo isso está mais na narrativa, mais que na sinopse. Para você aprovar uma novela, você precisa aprovar uma narrativa. Eu só aprovava uma novela depois que eu tivesse pelo menos uns doze capítulos escritos, porque daí eu sabia que o autor saberia contar aquela história direito”, concluiu Silvio de Abreu.
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