Janja chora ao relembrar apoio de papa Francisco a Lula após prisão
Primeira-dama recordar momentos com o papa Francisco, morto na segunda-feira, destacando impacto espiritual e político sobre Lula durante a prisão
Janja da Silva, primeira-dama do Brasil, chorou ao lembrar dos momentos vividos ao lado de papa Francisco, com quem compartilhou experiências marcantes ao longo dos últimos anos. Em entrevista a Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, ela se emocionou ao conversar sobre a ligação entre o pontífice e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente no período em que o petista esteve preso e enfrentou a morte do neto, Arthur. Em meio à dor, Lula escreveu uma carta ao papa e recebeu uma resposta que, segundo Janja, teve efeito profundo em sua vida e convicções.
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Durante a prisão de Lula, a troca de correspondências com o líder da Igreja Católica tornou-se um marco simbólico e político. “Foi a mensagem de um líder espiritual, para [Lula] saber ‘Deus está contigo’”, disse Janja. Ela revelou que o gesto teve impacto não apenas no emocional de seu marido, mas também no fortalecimento de sua crença em sua inocência. O primeiro compromisso internacional do ex-presidente após deixar a prisão foi um encontro com Francisco, ocorrido no Vaticano, como forma de retribuição ao apoio espiritual recebido.
Na segunda-feira (21/4), quando foi confirmada a morte do papa Francisco, Janja contou que a notícia chegou por meio de mensagens recebidas logo no início da manhã. “Levantei rápido, avisei o meu marido e já liguei a televisão para ver as notícias”, relatou. A primeira-dama lembrou que, poucos meses antes, teve um encontro pessoal com o pontífice, logo após ele receber alta hospitalar. Segundo ela, a imagem do papa na sacada da Basílica de São Pedro durante a Páscoa, mesmo com saúde frágil, ainda transmitia força e simbolismo.
Janja também mencionou uma das falas do papa que mais a marcaram: “Uma pessoa só pode olhar de cima para baixo a outra quando a ajuda a se reerguer do chão”. Essa frase teria sido dita a ela durante uma conversa particular e, desde então, passou a representar um guia espiritual. A comoção aumentou quando ela se recordou do rosto da mãe, vítima da Covid-19, associando a dor pessoal ao contexto de perdas vividas ao lado do marido.
Após a repercussão de uma postagem sobre a morte de Francisco em seu perfil do Instagram, Janja decidiu fechar os comentários da rede social e restringir o número de seguidores. Segundo ela, mensagens de ódio chegaram ao ponto de desejar a morte do papa. “Foi demais”, disse. O luto pelo falecimento do líder religioso, segundo a primeira-dama, é também um chamado à ação por um mundo mais justo. “A gente precisa honrar esse legado e seguir na luta por um mundo mais solidário.”
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