Análise: Nem Fernanda Souza salva “Ilhados com a Sogra” do mau gosto
Novo reality show da Netflix é leviano e mergulha profundo na falta de bom senso
Novidade no catálogo da Netflix, “Ilhados com a Sogra” é o típico reality que fisga o espectador pela indignação. O conteúdo parece bobo, às vezes divertido, mas à medida em que os casos se entrelaçam por meio de dinâmicas apelativas, os participantes ficam nivelados a um contexto repleto de problemáticas sociais perturbadoras e inaceitáveis para um produto que propõe entretenimento.
Nele, senhoras na faixa de 50 e 60 anos são esculachadas a todo tempo por genros folgados e sem escrúpulos. Muita coisa beira a crueldade e, para convencer essas mulheres topar a “brincadeira”, meio milhão de reais é oferecido como prêmio ao vencedor.
É certo que algumas figuras adoraram vestir a fantasia de vilã da história, endossando assim a imagem negativa que as sogras carregam, por outro lado, o programa espremeu o sofrimento alheio até onde pôde, sem qualquer apuro sobre o quão grave e equivocado aquilo poderia ser. E foi.
“Ilhados com a Sogra” convida o público a se entreter com casos de etarismo, classismo, estereotipização da mulher, das relações, do estilo de vida. É um produto que só não perde o brilho total por conta de duas estimáveis presenças que salvam a proposta ultrapassada e falsamente inovadora, são elas, Fernanda Souza e a arretada Severina, sogra da família Tenório.
Fernanda Souza é brilhante! Ela sofre e se diverte como um espectador no sofá. Embora o script de um formato fechado, que por si só tende a deixar seu condutor engessado, como é o caso de Camila Queiroz e Klebber Toledo em “Casamento às Cegas”, ela consegue dar a volta em determinadas situações usando e abusando do carisma, além de trazer humanidade e pitacos engraçados em momentos oportunos. Já Severina roubou o reality para si! E o portal Leo Dias, bom dizer, trará uma entrevista com a participante. É aguardar!
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