Reage, Tadeu! Apresentação do BBB 24 precisa de mais dinâmica e menos texto pronto
Do teleprompter a incisão: uma avaliação da performance de Tadeu Schmidt à frente do principal reality show do país
À medida que Tadeu Schmidt completa sua terceira edição à frente do Big Brother Brasil, alinhado ao caminhar questionável do jogo da atual temporada, torna-se evidente a urgência de uma revisão em sua postura como apresentador. A condução do reality show, no caso de Tadeu, com um estilo mais roteirizado e menos incisivo, clama por uma mudança que vá além do jogo de cintura em frente às câmeras. Essa transformação se revela vital para injetar novos elementos ao jogo e renovar a dinâmica.
A análise sobre a atuação de Tadeu Schmidt destaca a importância de imprimir uma presença mais marcante e envolvente para o jogo. No universo competitivo do Big Brother Brasil, com os participantes isolados do mundo externo, cada palavra proferida pode moldar estratégias e decisões dos participantes.
Em comparação com seus predecessores, Tadeu se aproxima mais do estilo de Pedro Bial. Ambos compartilham uma condução mais engessada, apoiada no teleprompter, ferramenta junto à câmera que guia a leitura de textos na televisão.
No entanto, é evidente que Bial conseguia imprimir personalidade ao texto, brincando e jogando com as palavras, ao mesmo tempo em que demonstrava firmeza, inclusive quando necessário dar broncas ou até reiniciar provas diante da “rebeldia” dos participantes.
Em 2007, por exemplo, Bial foi direto em conversa com os confinados, o que impactou diretamente no jogo ao escancarar atitudes e interpretações dentro da casa: “Em alguns momentos, alguns de vocês chegaram perto da eliminação. Um momento foi quando vocês deixaram o Alemão pelado à força. Mas não pensem que isso é um atenuante para o comportamento do Alemão. Depois vão arcar com as consequências”.
Bial, com seu jogo de palavras engenhoso, habilmente plantava sementes na mente dos participantes. Seus discursos, permeados por metáforas e provocações, eram como quebra-cabeças desafiadores. Ao não entregar informações facilmente, ele incentivava os participantes a arriscarem leituras, criando uma dinâmica em que a casa se movimentava na necessidade de pensar coletivamente.
Essa abordagem instigante contribuía para um ambiente tenso e estratégico, com os confinados constantemente empenhados em decifrar as entrelinhas das palavras do apresentador.
Em outras oportunidades, uma condução amistosa já foi adotada, estabelecendo uma relação próxima com os competidores. Entretanto, isso se deu de maneira a não comprometer a firmeza na condução das dinâmicas, com atenção à necessidade de ser duro quando assim era preciso, com provocações aos confinados com analogias instigantes. No BBB 21, por exemplo, o público assistiu a um puxão de orelha ao vivo quando Thaís Braz insistia em não se comprometer durante o Jogo da Discórdia.
Enquanto Bial, com suas palavras meticulosas, instigava a reflexão e mantinha os participantes alertas, Tadeu, ao adotar uma abordagem mais direta, corre o risco de entregar demasiado o jogo em seus discursos de eliminação, comprometendo a complexidade estratégica do programa.
É inegável que a figura do apresentador é crucial na construção do jogo e na condução do programa. Portanto, é preciso encontrar o equilíbrio entre a proximidade com os participantes e a firmeza necessária para instigar o debate e gerar impacto nas decisões dentro da casa do BBB, principalmente em cenários que brigas até nascem, mas evaporam junto ao concluir do ciclo do relógio a cada dia.
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