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Especialista explica até que ponto a febre dos bebês reborn pode ser saudável

Famosos também começaram a entrar na onda e vários deles mostraram que adquiriram seus bebês reborns

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          Nas últimas semanas, começaram a viralizar nas redes sociais vídeos com pessoas que colecionam bebês reborn, que são bonecas realistas feitas para parecerem um bebê de verdade. Por outro lado, algumas situações geraram preocupação em alguns internautas, e o portal LeoDias falou com um especialista para esclarecer pontos importantes do perigo de passar do limite saudável.

          Os bebês reborn não são apenas vistos como brinquedos, mas também como objetos de coleção e até ferramentas terapêuticas. Existem muitos casos de pessoas que usam essas bonecas para buscar conforto em situações de luto ou traumas emocionais — mas até que ponto isso é algo saudável? Nós tentamos entender melhor.

          Veja as fotos

          Reprodução / X
          Bebê reborn no parquinhoReprodução / X
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          Parto de bebê rebornReprodução / X
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          Parto de um bebê rebornReprodução / X
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          Bebês reborn bombam na webReprodução / X

          Luciana Soler, psicóloga e neurocientista do comportamento, falou com o portal LeoDias sobre essa onda de conteúdos com bebês reborn, principalmente no TikTok. “A relação com bebês reborn pode, sim, ter um valor terapêutico positivo significativo, especialmente em contextos específicos e delicados, como o luto perinatal ou a infertilidade”, começou dizendo.

          “Nesses casos, o reborn pode funcionar como um objeto transicional — como diria Winnicott — algo que ajuda a pessoa a lidar com a dor, oferecendo um espaço simbólico para o cuidado, para a conexão emocional, para a elaboração da perda. Em vez de substituir o bebê real, ele representa uma forma de acolher aquilo que está faltando, sem pressa, sem julgamento”, acrescentou.

          Manter o uso dos bebês reborn dentro de um limite saudável exige sensibilidade

          A especialista ressalta que o autoconhecimento, a sensibilidade e até um suporte profissional, às vezes, podem ser necessários para manter tudo dentro dos limites saudáveis.

          “Não existe uma receita pronta, mas acredito que o primeiro passo seja olhar para si com honestidade: esse vínculo com o boneco está me ajudando a atravessar uma dor ou está me prendendo nela? Está me permitindo elaborar sentimentos difíceis ou está me afastando do que é real, da vida que segue?”, acrescentou Luciana Soler.

          Recentemente, surgiram vídeos impressionantes que ganharam uma repercussão enorme, como o carro dos “partos” de bebês reborn ou até mesmo uma moça que teria levado um deles ao hospital. “Em situações de luto mais complexo ou de traumas profundos — como a perda de um filho ou o enfrentamento da infertilidade — o acompanhamento psicológico não é apenas indicado, é essencial”, pontuou.

          “A terapia pode ajudar a identificar e reestruturar pensamentos que machucam, como a ideia de que ‘só serei mãe se tiver um bebê de verdade’. Esses pensamentos podem se transformar em prisões emocionais, que mantêm a pessoa presa à dor e dificultam que ela se reconecte com outras possibilidades de afeto, de pertencimento e de reconstrução da própria história”, disse.

          “Outra coisa importante é observar os limites desse uso. Claro, cada pessoa vive esse vínculo de um jeito, mas é bom tomar cuidado para não reforçar comportamentos que alimentem uma fantasia rígida — como simular partos, levar o boneco ao médico ou criar rotinas que imitem, com precisão, o cuidado com um bebê real.”

          Na visão da profissional, quando essa relação começa a tomar proporções muito intensas, há o risco de fortalecer distorções cognitivas e dificultar o retorno à realidade compartilhada.

          Vídeos de bebê reborn dividiram opiniões nas redes sociais

          Grande parte das imagens que começaram a circular nos últimos dias virou motivo de polêmicas nas redes sociais, mas também houve quem defendesse com unhas e dentes as colecionadoras. Muitas pessoas ressaltam que colecionar e tratar o boneco como um humano são duas coisas completamente diferentes.

          “Por mais que a internet tenha virado um palco para todo tipo de expressão, acredito que vale a pena a gente olhar com cuidado para o que esses vídeos podem estar sinalizando. Não estou dizendo que todo mundo que faz isso está adoecido, longe disso — mas, em alguns casos, esses comportamentos podem, sim, indicar algo mais profundo”, disse a psicóloga.

          Algumas encenações vão tão longe que mostram prontuário médico, batimentos cardíacos falsos e até choro simulado. “Fica difícil não se perguntar: isso está servindo pra quê? Em alguns casos, pode haver sinais de um transtorno mais sério, como o transtorno factício, antes chamado de Síndrome de Münchhausen. É quando a pessoa busca atenção médica para si ou para outro (no caso, o boneco), fingindo sintomas, mesmo sabendo que não são reais”, afirmou.

          Antes de concluir, Luciana Soler declarou acreditar que o mais importante é conseguir diferenciar o que é um uso simbólico e saudável — e até mesmo um recurso terapêutico — de uma fuga patológica da realidade.

          “Quando a fantasia se torna a única forma de lidar com um trauma não elaborado, ou quando persiste por anos sem que se construa nada fora dela, é um sinal claro de que algo precisa ser cuidado. E não com julgamento, mas com escuta, acolhimento e, muitas vezes, com intervenção profissional. Porque, no fundo, esses vídeos podem estar dizendo muito mais do que mostram”, finalizou.

          Confira alguns dos vídeos que viralizaram recentemente:

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