Altitude, estresse e intensidade: o que pode ter levado Tite a arritmia cardíaca
Portal LeoDias conversou com especialistas sobre as condições extremas que levaram o técnico do Flamengo a parar no hospital
A torcida do Flamengo tomou um susto na manhã desta sexta-feira (23/8) após o clube anunciar que Tite, técnico do rubro-negro, precisou ser internado após ser acometido de fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca. Titer passou mal na cidade de La Paz, na Bolívia, a mais de 3,6 mil metros de altitude, onde o clube carioca jogou na noite passada. O portal LeoDias foi atrás de especialistas para entender o que pode ter levado o treinador a passar por este problema de saúde.
Nossa reportagem conversou com o Carlos Eduardo de Souza Miranda, do Conselho de Administração da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), e com o cardiologista do Hospital Albert Sabin, Firmino Haag. Os especialistas avaliaram questões de riscos e o impacto que a altitude de mais de 3,6 mil metros pode gerar no corpo.
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Impacto da altitude
É importante destacar que em altas altitudes a forma como o corpo recebe oxigênio é reduzida por conta do efeito rarefeito. O médico Carlos Miranda destaca que a frequência cardíaca é alterada nestas condições.
“A altitude causa alterações na frequência cardíaca, não especificamente o aumento, mas acredito que isso somado ao estresse e tudo tenha contribuído para a ocorrência dessa arritmia. Mas é importante dizer que o aumento da frequência cardíaca não necessariamente acompanha a arritmia, mas aumenta a predisposição”, destacou o médico.
Firmino Haag também complementa afirmando que o técnico pode ter passado pelo processo de Hipoxia, que diminui a quantidade de oxigênio no sangue e ter levado a fibrilação atrial: “A hipoxia
(quando os níveis de oxigênio no sangue caem), a função elétrica do coração pode ser afetada. Isso pode causar alterações nos potenciais de ação cardíacos que podem levar à fibrilação atrial”.
Ambos os médicos também relatam que o estresse, algo que o treinador do Flamengo passou certamente durante os 90 minutos do último jogo que levou a classificação às quartas de final da libertadores, também pode aumentar o risco de arritmia cardíaca.
Prevenção e tratamento
Por fim, o médico Carlos Miranda explicou que o tratamento contra a arritmia cardíaca consiste em 3 pilares: 1. evitar o AVC e coagulação sanguínea; 2. diminuição e identificação dos fatores de risco; 3. manutenção do ritmo cardíaco.
Em um primeiro momento, assim que o paciente se encontra com arritmia cardíaca, é importante que os profissionais de saúde identifiquem sinais de AVC e coagulação saguínea: “Essa arritmia, para algumas pessoas, dentro de determinados grupos de risco, é uma importante causa de AVC ou derrame. Então, um dos tratamentos é avaliar o risco de AVC e anticoagular o paciente”.
Também é de extrema importância que o paciente esteja ciente de fatores de risco e faça o possível para tratá-los e evitá-los: “Existem fatores como a idade, que aumenta o risco, mas temos fatores como hipertensão (pressão alta) que, bem tratada, diminui o risco dessa arritmia. A diabetes também tem de ser bem tratada. Pessoas que consomem muito álcool e que tem obesidade também têm mais propensão a esse tipo de condição”.
Por fim, é importante que os profissionais de saúde mantenham o ritmo cardíaco com diferentes tratamentos e intervenções: “É importante manter o ritmo do coração, para manter isso temos remédios, podemos fazer uma cardioversão elétrica, que é, nada mais, nada menos que dar um choque para restaurar a frequência cardíaca. Além disso, também temos o cateterismo, que consiste na introdução de um cateter nas artérias para cauterizar o fluxo da arritmia”.
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