Publis vetadas e cerveja única: regras revoltam camarotes da Sapucaí

Ainda faltam cerca de 7 meses para os desfiles do Carnaval do Rio de Janeiro, mas os bastidores do espetáculo já estão pegando fogo. O portal LeoDias descobriu que novas regras determinadas em uma reunião, realizada na Liga Independente de Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), revoltaram donos dos camarotes da Sapucaí. 

O encontro, realizado na última quinta-feira (20/7), determinou novas regras comerciais para os camarotes da festa. Dentre elas, os donos dos espaços da festas só poderão fechar contratos de publicidade e merchandising com cervejas e demais bebidas alcoólicas das marcas que fecharem com a Liesa. O mesmo vale para instituições financeiras. Caso a Liesa não feche com nenhuma marca, os camarotes também não poderão fechar. 

Além disso, os camarotes também serão obrigados a utilizar a mesma plataforma que a Liesa para a venda de ingressos para o evento. Com isso, uma taxa de 10% será cobrada pelo evento e os camarotes só terão direito a receita adquirida com a venda dos ingressos, caso tenham pago o aluguel do Carnaval. 

Por exemplo: caso um camarote que tenha capacidade para 1 mil lugares venda 400 ingressos, ele só poderá ter direito a receita dos ingressos comercializados caso tenha pagado 40% do valor do aluguel. A nova empresa responsável pela venda de ingressos será a Ticketmaster, que, segundo apurou este espaço, terá um contrato de exclusividade com a festa até 2025. 

Ainda de acordo com apuração do portal LeoDias, o principal motivo para a mudança nas regras foi o fato de o lucro obtido pelos camarotes com publicidade ter superado os ganhos da Liesa. Após a pandemia, a organização do Carnaval do Rio perdeu a maioria de seus grandes patrocínios, enquanto os camarotes expandiram seus ganhos. Com as novas regras, a Liesa espera recuperar esse amparo. 

No entanto, as novas determinações caíram como uma bomba para os donos dos camarotes. Uma nova reunião está marcada para acontecer na próxima quarta-feira (26/7), onde é esperado que os donos dos espaços mostrem seu descontentamento. O prazo para a assinatura dos contratos é o dia 30 de agosto.