Suposto monopólio da Globo em transmissões esportivas é investigado

As transmissões esportivas no Brasil são marcadas pelas imagens feitas pelo Grupo Globo há várias décadas. No entanto, a emissora que marcou o futebol com transmissões marcantes, agora terá de responder se usa dessa grandeza para privilegiar clubes em contratos. A emissora está sendo investigada por, supostamente, dificultar que outras empresas negociem os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. 

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) notificou 33 clubes, sendo todos clubes da 20 da série A e outros 13 da segunda divisão. Todos eles terão de enviar detalhes dos contratos fechados com a emissora de Roberto Marinho para a transmissão do Campeonato Brasileiro.

Segundo a Folha de São Paulo, os clubes terão de enviar uma versão pública e outra privada dos esclarecimentos via e-mail, com prazo até o final do mês de agosto. A multa para quem não cumprir, é de R$5 milhões.

Também foi solicitado à Warner Bros Discovery, empresa responsável pelo canal TNT Sports, os contratos que chegou a ter com clubes até 2021. A empresa deixou as transmissões esportivas no Brasil por conta de situações nos bastidores com a Globo, de acordo com eles próprios em reunião com o Cade, em julho.

Treta antiga

As transmissões esportivas dividem opiniões, geram tumultos e costumam ser decididas nos tribunais já há algum tempo – para não falar “desde sempre”. Atualmente, existem duas ligas (associações dos clubes) “divididas” por interesses próprios entre eles, que negociam os contratos de transmissões esportivas: a Libra, que tem como principais representantes o Flamengo, o Corinthians e o Palmeiras; e a Liga Forte Futebol, que possui clubes como o Fluminense e o Internacional em sua composição.

A treta sempre foi sobre quem leva o pedaço maior do bolo. Clubes como Flamengo e Corinthians, os dois de maior torcida do Brasil, sempre geraram conflitos na hora de negociações. Somente pelo pay-per-view, os clubes de Rio e São Paulo receberam da Globo a bagatela de R$ 270 milhões dos R$ 400 milhões totais, divididos entre todos os clubes.