Dia Mundial do Gato: Jacqueline Sato já ajudou mais de 2800 animais em condições de abandono
Atriz falou sobre projeto de resgate felino e denunciou o abandono como colapso ético urbano

Esta sexta-feira (8/8) é o dia em que se celebra a existência dos amigos felinos, os gatos! E quem tem um trabalho social e pouco divulgado fora do universo artístico é a atriz Jacqueline Sato. Ela mantém há anos a criação e gestão da instituição sem fins lucrativos “House of Cats”, dedicada ao resgate, tratamento veterinário e adoção responsável de gatos abandonados.
O projeto nasceu de um hábito iniciado na infância, quando, aos nove anos, Jacqueline recolhia felinos das ruas e buscava novos lares para eles. Com o tempo, percebeu que a prática precisava ganhar estrutura para enfrentar um problema de dimensão nacional. “A ‘House of Cats’ surgiu dessa transição: do afeto para o método. Porque o abandono animal não se resolve com boa vontade apenas: exige constância, organização, muito trabalho e critério”, explicou ela ao portal LeoDias.
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A entidade funciona de forma independente, com apoio de veterinários parceiros para castrações, vacinações, vermifugações e acompanhamentos clínicos. O espaço é dividido em áreas específicas para filhotes, adultos e animais em tratamento. A adoção segue protocolos rigorosos, que incluem formulário, entrevista e vistoria domiciliar.
Desde a sua criação, mais de 2.844 gatos passaram pelo processo, foram realocados para lares definitivos e continuam sendo monitorados no pós-adoção. Segundo Jacqueline, o abandono animal é tratado de forma simplória e sem tanta preocupação; mas ela alerta que o cenário vai além: “Estamos falando também de uma questão de saúde pública, de responsabilidade coletiva e de ética urbana. Gatos domésticos não fazem parte da fauna silvestre e não tem a menor condição de sobreviverem nas cidades, um ambiente nada parecido com o que um dia foi seu habitat natural, um ambiente de alto risco: eles não apenas sofrem nas ruas, mas também impactam ecossistemas, adoecem, reproduzem-se em alta escala, causando desequilíbrio. Fazer algo por isso com seriedade deveria ser visto pelo Estado como uma função estrutural do mesmo, e não é um gesto de caridade. E enquanto essa função segue negligenciada, acaba que a sociedade civil passa a ocupar esse vazio com organização e ação direta”, afirmou a atriz, que chamou atenção recentemente ao dar vida à Yuki, na novela “Volta por Cima”, exibida pela Globo no horário das 19h.
O ativismo da fundadora também dialoga com causas ambientais. Em parceria com o Greenpeace Brasil, do qual é embaixadora desde 2021, Jacqueline participou de expedições na Amazônia. Para ela, a proteção animal e a preservação ambiental fazem parte de uma mesma luta contra a “lógica do descarte”, que atinge desde animais e árvores até pessoas em situação de rua.
“A minha forma de resistência é começar pelo que está ao meu alcance direto. Eu escolho agir sobre o pequeno, o concreto, o que posso transformar com as mãos e com método. E nesse espaço, o que me cabe é cuidar, sistematizar e provar, com resultado visível, que é possível fazer melhor, mesmo sem incentivo ‘de cima’. Às vezes, a diferença entre abandono e dignidade está numa estrutura mínima, mas bem feita. Que eu torço que seja vista e inspire outras pessoas a agirem também, além de servir como prova de que faz, sim, diferença. De modo a provar para organizações governamentais ou não de que isto também é importante e fazer com que prestem atenção e passem a agir”, concluiu.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem mais de 30 milhões de animais abandonados, dos quais cerca de 10 milhões são gatos; um quadro que, para Jacqueline, ainda é subestimado e negligenciado.
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