Entenda impacto que artistas pop têm em tendências de consumo e comportamento
Em entrevista ao portal LeoDias, a professora do curso de Ciências do Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP), Rose de Melo Rocha, explicou sobre o assunto
Não é novidade que artistas pop ditam diversas tendências nos últimos anos: o estilo country moderno de Ana Castela e as botas plataforma de Sabrina Carpenter provam isso. Além de brilharem nos palcos, eles também dominaram as redes sociais e se tornaram referência de moda e comportamento para várias gerações. Em entrevista ao portal LeoDias a professora do curso de Ciências do Consumo da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP), Rose de Melo Rocha, falou sobre o assunto.
De acordo com a professora, um ícone pop é um artista que conquista reconhecimento não apenas entre os fãs, mas também alcança uma visibilidade mais ampla pelo papel de influenciar comportamentos, atitudes, estilos de vida e de pensamento.
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“Eles são formadores de opinião, referências estéticas que cativam o público por seus modos de ser e estar no mundo. Inspiram e provocam diferentes setores sociais. Não impõe ou determinam comportamentos, mas pode condicioná-los justamente por sua dimensão cativante, provocadora e, em alguns casos, acolhedora”, explica.
“Um ícone pop é portanto uma referência, um paradigma em determinado segmento do mundo do entretenimento, mas, cada vez mais, seu alcance ultrapassa esse campo específico e atinge a esfera pública de modo geral”, acrescenta a especialista.
No entanto, Rose ressalta que, é um costume dizer que para uma estrela pop ser verdadeiramente icônica, ela precisa se tornar atemporal. Embora sua expressão esteja ligada ao momento contemporâneo, deve ser capaz de tocar dimensões mais profundas do ser humano, que ultrapassam o tempo.
A atemporalidade acompanha artistas como Madonna, Beyoncé, Rihanna, Lady Gaga, Taylor Swift, Michael Jackson e Harry Styles, que são vozes de hits que fazem sucesso há décadas. Mas novos nomes como Billie Eilish e Sabrina Carpenter não ficam para trás e há meses não saem da lista das 50 músicas mais ouvidas no mundo do Spotify.
Quem pensou que Sabrina Carpenter seria só mais uma nome em meio a tantos na indústria do pop errou em cheio. A loirinha não sai do topo das paradas mundiais e transforma tudo o que toca em tendência, desde a maquiagem até seus looks. A cantora faz a combinação perfeita entre suas canções e o seu estilo marcante com elementos como o decote em forma de coração, minissaias, corsets e o cabelo volumoso.
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Outra artista que também teve grande impacto no mercado foi Ana Castela. A morena começou a carreira em 2021 e, desde então, não parou de crescer no mundo da música. Apesar de ter raízes sertanejas, ela constantemente se arrisca no pop e no funk, mostrando a pluralidade que pode existir dentro do gênero.
A boiadeira furou a bolha e foi a artista mais ouvida no Brasil em 2023, de acordo com o Spotify Wrapped. Sua legião de fãs vai além da música, e constantemente se inspira em seu estilo country composto por chapéus, cintos e botas. Algumas características são brilhos, metalizados, strass e franjas, que sempre estão presentes em suas produções também.
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Sem dúvidas as redes sociais têm um papel fundamental nessa influência que os artistas têm sob a população, de acordo com Rose de Melo. “As redes sociais tem uma forma de comunicação muito epidérmica, apaixonada, às vezes imediatista, e visceral. Sua lógica é a do contágio, da viralização, das curtidas, dos números de visualizações. E isto pode ser magnífico, mas ao mesmo tempo pode ser potencialmente destrutivo. São inúmeros os casos de ícones pop ‘devorados’ por esse tipo de dinâmica”, esclarece a professora.
No quesito saúde mental, a especialista afirma que a influência dos artistas é positiva. “Em meus estudos sobre consumo de cultura pop por jovens brasileiros eles citam com muita ênfase o modo como ela e o entretenimento foram e são determinantes como âncora identitária. Eles mencionam com muita clareza estrelas, músicas e cenas artísticas como vetores de socialização, e como forças que os auxiliam a enfrentar dificuldades de aceitação e socialização”, afirmou.
Porém, Rose alerta que um dos riscos dessa influência está na adesão obsessiva e no consumo compulsivo, confundindo a imagem do ícone com a realidade, sem reflexão crítica. O perigo não é a admiração por estrelas da indústria em si, mas o consumismo desenfreado, que pode distorcer o princípio da realidade.
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