Libertadores e Sul-Americana estreiam protocolo de combate ao racismo
Estreia do novo protocolo adotado pelo FIFA será implementado nas quartas de final das competições sul-americanas
Com os casos frequentes de racismo no futebol sul-americano, a FIFA precisou agir e, nesta semana, a entidade irá estrear um novo protocolo antirracismo na América do Sul, durante as quartas de final da Libertadores e Copa Sul-Americana.
Cinco clubes brasileiros estão envolvidos na disputa da Libertadores (Atlético-MG, Fluminense, São Paulo, Botafogo e Flamengo) e outros quatro na Sul-Americana (Corinthians, Fortaleza, Athletico-PR e Cruzeiro).
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Braços cruzados
O protocolo do gesto universal dos braços cruzados, adotado como política antidiscriminação pela CONMEBOL, faz parte de um procedimento que será implementado em três níveis.
A partir da identificação do racismo, o gesto servirá para que jogador, árbitro ou comissão técnica tome uma posição firme perante o ato, cruzando os braços na altura do peito acionando o protocolo.
No primeiro nível, a partida será interrompida. No segundo, se os incidentes continuarem, a partida será temporariamente suspensa e os jogadores e árbitros abandonarão o campo de jogo. Por último, se não cessar durante a suspensão temporária, a partida será definitivamente suspensa.
No 74º Congresso da FIFA, realizado em Bangcoc, na Tailândia, em 17 de maio deste ano, o procedimento foi aprovado por unanimidade pelas dez entidades associadas, que ficarão responsáveis por aplicar o procedimento em todos os seus respectivos torneios.
Racismo constante
Infelizmente, os estádios sul-americanos se tornaram palco de constantes atos racistas em partidas da Libertadores e Sul-Americana.
Nas oitavas de final, fase anterior a que será disputada nesta semana, o jogo de ida dos duelos tiveram casos de racismo em nove dos dez jogos que envolveram clubes brasileiros: Botafogo x Palmeiras; Nacional (URU) x São Paulo e San Lorenzo (ARG) x Atlético-MG, pela Libertadores, e Boca Juniors (ARG) x Cruzeiro e Athletico-PR x Belgrano (ARG), pela Sul-Americana.
As atitudes mais efetivas das autoridades policiais foram registradas apenas em solo brasileiro. O Botafogo expulsou o sócio que cometeu ato racista, já a Polícia Civil do Paraná prendeu dois torcedores do Belgrano (ARG) que imitavam macacos para torcedores do Athletico-PR, em partida realizada na Ligga Arena, em Curitiba (PR) – os dois foram liberados após prestar depoimento.
Nos casos ocorridos na Argentina e no Uruguai, não tiveram sequer o manifesto das autoridades e dos clubes nos quais os torcedores cometeram os atos racistas – Nacional (URU), San Lorenzo (ARG) e Boca Juniors (ARG).
Recentemente, o Boca Juniors foi punido pela CONMEBOL por atos racistas de torcedores em jogo contra o Palmeiras na Bombonera, pela Libertadores do ano passado. A pena cumprida foi o fechamento de 27 mil lugares do estádio, o que representa 50% da capacidade, além de uma multa de 100 mil dólares (R$ 547,5 mil), além da obrigação de hastear uma bandeira com os dizeres “basta de racismo”.
Em uma outra confusão em um jogo entre Boca e Palmeiras, no Allianz Parque, jornalistas argentinos chegaram a ser presos no Brasil por racismo e levados imobilizados ao Juizado Especial Criminal (JECRIM) do estádio. Na ocasião, torcedores do alviverde ficaram indignados com os insultos e invadiram a área da imprensa, protagonizando uma grande confusão, com troca de socos e copos para o alto.
A falta de ações efetivas da CONMEBOL é um dos principais agravantes para esse aumento no racismo nas competições sul-americanas. Além disso, as próprias autoridades de polícia e segurança pública dos países têm recebido várias críticas sobre as ações preventivas e punitivas.
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