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Libertadores e Sul-Americana estreiam protocolo de combate ao racismo

Estreia do novo protocolo adotado pelo FIFA será implementado nas quartas de final das competições sul-americanas

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        Com os casos frequentes de racismo no futebol sul-americano, a FIFA precisou agir e, nesta semana, a entidade irá estrear um novo protocolo antirracismo na América do Sul, durante as quartas de final da Libertadores e Copa Sul-Americana

        Cinco clubes brasileiros estão envolvidos na disputa da Libertadores (Atlético-MG, Fluminense, São Paulo, Botafogo e Flamengo) e outros quatro na Sul-Americana (Corinthians, Fortaleza, Athletico-PR e Cruzeiro).

        Veja as fotos

        Torcedor argentino que cometeu racismo no Brasil já chegou a ser preso (Reprodução)
        Torcedor argentino que cometeu racismo no Brasil já chegou a ser preso (Reprodução)
        Torcedores do San Lorenzo foram flagrados fazendo gestos racistas para os atleticanos (Reprodução)
        Torcedores do San Lorenzo foram flagrados fazendo gestos racistas para os atleticanos (Reprodução)
        No segundo tempo, torcedor do Atlético-MG foi filmado fazendo gestos racistas em direção aos flamenguistas (Reprodução)
        No segundo tempo, torcedor do Atlético-MG foi filmado fazendo gestos racistas em direção aos flamenguistas (Reprodução)
        Torcedor fez gestos racistas para palmeirenses no Nilton Santos (Reprodução)
        Torcedor fez gestos racistas para palmeirenses no Nilton Santos (Reprodução)
        Torcedores do San Lorenzo foram flagrados fazendo gestos racistas para os atleticanos (Reprodução)
        Torcedores do San Lorenzo foram flagrados fazendo gestos racistas para os atleticanos (Reprodução)
        Torcedor do Boca Juniors, da Argentina, em ato racista contra brasileiros (Reprodução)
        Torcedor do Boca Juniors, da Argentina, em ato racista contra brasileiros (Reprodução)

        Braços cruzados

        O protocolo do gesto universal dos braços cruzados, adotado como política antidiscriminação pela CONMEBOL, faz parte de um procedimento que será implementado em três níveis. 

        A partir da identificação do racismo, o gesto servirá para que jogador, árbitro ou comissão técnica tome uma posição firme perante o ato, cruzando os braços na altura do peito acionando o protocolo. 

        No primeiro nível, a partida será interrompida. No segundo, se os incidentes continuarem, a partida será temporariamente suspensa e os jogadores e árbitros abandonarão o campo de jogo. Por último, se não cessar durante a suspensão temporária, a partida será definitivamente suspensa.

        No 74º Congresso da FIFA, realizado em Bangcoc, na Tailândia, em 17 de maio deste ano, o procedimento foi aprovado por unanimidade pelas dez entidades associadas, que ficarão responsáveis por aplicar o procedimento em todos os seus respectivos torneios.

        Racismo constante

        Infelizmente, os estádios sul-americanos se tornaram palco de constantes atos racistas em partidas da Libertadores e Sul-Americana. 

        Nas oitavas de final, fase anterior a que será disputada nesta semana, o jogo de ida dos duelos tiveram casos de racismo em nove dos dez jogos que envolveram clubes brasileiros: Botafogo x Palmeiras; Nacional (URU) x São Paulo e San Lorenzo (ARG) x Atlético-MG, pela Libertadores, e Boca Juniors (ARG) x Cruzeiro e Athletico-PR x Belgrano (ARG), pela Sul-Americana.

         As atitudes mais efetivas das autoridades policiais foram registradas apenas em solo brasileiro. O Botafogo expulsou o sócio que cometeu ato racista, já a Polícia Civil do Paraná prendeu dois torcedores do Belgrano (ARG) que imitavam macacos para torcedores do Athletico-PR, em partida realizada na Ligga Arena, em Curitiba (PR) – os dois foram liberados após prestar depoimento.

        Nos casos ocorridos na Argentina e no Uruguai, não tiveram sequer o manifesto das autoridades e dos clubes nos quais os torcedores cometeram os atos racistas – Nacional (URU), San Lorenzo (ARG) e Boca Juniors (ARG).

        Recentemente, o Boca Juniors foi punido pela CONMEBOL por atos racistas de torcedores em jogo contra o Palmeiras na Bombonera, pela Libertadores do ano passado. A pena cumprida foi o fechamento de 27 mil lugares do estádio, o que representa 50% da capacidade, além de uma multa de 100 mil dólares (R$ 547,5 mil), além da obrigação de hastear uma bandeira com os dizeres “basta de racismo”.

        Em uma outra confusão em um jogo entre Boca e Palmeiras, no Allianz Parque, jornalistas argentinos chegaram a ser presos no Brasil por racismo e levados imobilizados ao Juizado Especial Criminal (JECRIM) do estádio. Na ocasião, torcedores do alviverde ficaram indignados com os insultos e invadiram a área da imprensa, protagonizando uma grande confusão, com troca de socos e copos para o alto.

        A falta de ações efetivas da CONMEBOL é um dos principais agravantes para esse aumento no racismo nas competições sul-americanas. Além disso, as próprias autoridades de polícia e segurança pública dos países têm recebido várias críticas sobre as ações preventivas e punitivas.

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