Em busca do bicampeonato, Mocidade Alegre busca compreender o Brasil no Carnaval de 2024
A pergunta "/Qual é o Brasil que habitamos e desejamos hoje?"/, de Mário de Andrade, será o fio condutor do enredo
A Mocidade Alegre, vencedora do Carnaval paulistano de 2023, está determinada a alcançar mais uma vitória com seu enredo “/Brasiléia Desvairada – A Busca de Mário de Andrade por um País”/. Essa apresentação é uma homenagem ao ilustre poeta modernista Mário de Andrade e será desenvolvida pelo carnavalesco Jorge Silveira.
“/Qual é o Brasil que habitamos e desejamos hoje?”/ Essa pergunta será o ponto de partida para a jornada que a Mocidade Alegre apresentará, buscando compreender a visão única de Mário de Andrade sobre o país”, explica o carnavalesco na justificativa do enredo.
Com o tema, a agremiação promete transportar o público em uma viagem pelo Brasil junto ao poeta, que praticamente criou a poesia brasileira moderna com a publicação da Pauliceia Desvairada, em 1922. As viagens que o escritor realizou pelo país serão o fio condutor dessa narrativa, abrangendo regiões como o Norte, Sudeste e Nordeste, explorando as raízes populares e a cultura que moldaram a nação.
Em uma carta datada de 1924, o escritor expressou: “É no Brasil que me acontece viver e agora só no Brasil eu penso e por ele tudo sacrifiquei.” A incansável busca de Mário pela essência do país permeou sua vasta obra, incluindo poemas, contos, romances, músicas, estudos, palestras e fotografias. Agora, a escola do bairro do Limão, na Zona Norte de São Paulo, assume a missão de explorar essa trajetória, celebrando e interpretando a riqueza cultural e artística deixada pelo pensador.
A Mocidade Alegre será a terceira escola a desfilar no sábado de Carnaval, dia 10 de fevereiro.
Confira o samba-enredo da Mocidade Alegre para o Carnaval 2024:
Compositores: Biro Biro, Turko, Gui Cruz, Rafa Do Cavaco, Minuetto, João Osasco, Imperial, Maradona, Portuga, Fábio Souza, Daniel Katar e Vitor Gabriel.
Sou dessa terra
Filho da garoa fina
Onde a dura poesia, me fez arlequim
Retalho de um delírio insano
Sagrado e profano, por tantos Brasis
Trilhando caminhos de crença e paz
Dourado é teu chão, oh Minas Gerais!
Eu vi no traço genial
A arte barroca, um dom divinal
Jangadeiro, ê, no banzeiro
No balanço navego teu rio-mar
Pra conhecer o teu sabor Marajó
Tem batuque na gira do Carimbó
Baque virado, marimba na congada
Noite enluarada, no Maracatu da Casa Real
Fechei o corpo no catimbó
No frevo, saudade só
Me embriaguei de carnaval
Oh, Brasiléia Desvairada
Onde a poesia fez Morada
De cada lembrança, escrevo a história
Batizada no samba de Pirapora
O tambor me chamou, pra firmar no terreiro
Em cada verso, sentimento verdadeiro
Bordei um país de felicidade
Na voz da minha Mocidade