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Legado de Laíla e Zacarias: gravação de CD das escolas de samba em novo formato é sonho antigo de ícones do Carnaval do Rio

Trabalho que começou a ser desenvolvido com a dupla na Cidade do Samba agora muda para sala de orquestra na Cidade das Artes

A atmosfera costuma ser dedicada à música erudita, mas o resultado não poderia ser mais popular: a sala de orquestra da Cidade das Artes Bibi Ferreira, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, se tornou palco, conforme adiantou o Portal Leo Dias, da gravação dos sambas-enredo das escolas carioca para o Carnaval do Rio em 2024. E o formato, embora inovador, não é resultado de uma ideia recente, mas de um sonho antigo de dois ícones da produção musical que precede os desfiles na Marquês de Sapucaí: Luiz Fernando Ribeiro do Carmo (o Laíla, que marcou a história da Beija-Flor como diretor de Carnaval) e Zacarias Siqueira de Oliveira, ex-vice presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa). Ambos morreram sem que o projeto tivesse sido completamente consolidado.

 

Quem conta a história é Gabriel David, diretor de marketing da Liesa e um dos responsáveis pela transição entre os espaços de gravação. De 2010 a 2022, os áudios dos sambas-enredo nasciam na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio, após as letras terem sido escolhidas nas quadras. Embora dedicado à produção de alegorias e fantasias, o complexo de barracões não era o mais adequado para os músicos: além do calor, faltava estrutura fixa para abrigar os momentos de criação, gravação, descanso e até alimentação das baterias e dos intérpretes. Tudo era improvisado.

 

A utilização da Cidade do Samba para essa finalidade era um “jeitinho” encontrado para fazer o que Laíla e Zacarias queriam: uma gravação do CD que se aproximasse o máximo possível de um formato ao vivo, como o do Sambódromo, com os ouvintes inseridos nas baterias das escolas e sentindo o “pulsar” de cada uma delas.

 

“O Laíla sempre foi um dos meus ídolos dentro do Carnaval. Vi de perto como ele e o Zacarias se empenharam na gravação do CD”, diz Gabriel, em referência à atuação de Laíla e Zacarias como produtores musicais do álbum, acumulando essa função com as que já exerciam: “Se hoje estamos com essa grande estrutura na produção, em uma sala de orquestras, é porque eles lá atrás pensaram em um formato assim, que faça o público se sentir dentro da escola de samba”, complementa o dirigente.

 

Agora, com a mudança para a Cidade das Artes, os artistas do Carnaval estão amparados por locações, ferramentas e equipamentos finalmente adequados à qualidade sonora que as escolas de samba merecem — a realização, enfim, do que sonharam Laíla (vítima da Covid-19, em 2021) e Zacarias (morto após sofrer infartos, em 2020). Não à toa, Gabriel David dedica o momento à dupla.

 

Do improviso dos últimos 12 anos, elas passaram a ocupar o palco onde recentemente houve concertos da Orquestra Sinfônica Brasileira e gravam, até o fim de outubro, na “vizinhança” de uma mega produção do teatro musical: “Beetlejuice”, importado da Broadway, e em cartaz em outra área da Cidade das Artes. O resultado é tão esperado pelo público quanto o álbum ao vivo que a Liesa gravou no Carnaval de 2023 na própria Sapucaí, e que teve mais de 3 milhões de reproduções no streaming.

 

Dessa vez, a produção é de Alceu Maia, outro apaixonado pelas agremiações do Rio. Os trabalhos acontecem sob o guarda-chuva da Edimusa, a editora musical da Liesa, presidida por Helio Motta, o vice-presidente da Liga (cargo que antes pertenceu a Zacarias). A primeira leva de gravações aconteceu na segunda-feira, 16, com a Vila Isabel. Cada escola tem levado cerca de 40 músicos (incluindo baterias, seus mestres e cantores), e imagens estão sendo captadas para um produto audiovisual futuro.

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Divulgação / Rio Carnaval
Divulgação / Rio Carnaval
Eduardo Hollanda / Divulgação
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