“Dona de Mim” escancara desigualdade: Leo é proibida de usar banheiro da mansão e se revolta
A babá de Sofia (Elis Cabral) vai sofrer nas mãos de Jaques (Marcello Novaes): "Novo dono, novas regras. Acho melhor você se acostumar"
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Uma das cenas mais impactantes de “Dona de Mim” está prestes a ir ao ar na próxima quinta-feira (21) e promete gerar debate nas redes. Leona (Clara Moneke), que sempre foi tratada com respeito pela família Boaz, será humilhada por Jaques (Marcello Novaes), novo morador da mansão após a morte de Abel (Tony Ramos). Ele proibirá a babá de usar o banheiro social da casa. A relação de afeto construída entre Leo e a pequena Sofia (Elis Cabral) ganha um contraste duro com a chegada de Jaques, que assume o controle da casa e traz consigo uma postura autoritária e classista.
Na cena, Leo sai do quarto de Sofia e tenta usar o banheiro do andar principal, mas é surpreendida por Jaques no corredor. Com um tom passivo agressivo, ele a questiona: “Algum problema com o banheiro de serviço lá de baixo? Ou então por que você tá usando o daqui?”. Leo, pega de surpresa, tenta reagir, mas é interrompida por Sofia, que precisa ir ao banheiro. Jaques, aproveitando o momento de distração, se aproxima e deixa claro quem manda agora: “Novo dono, novas regras. Acho melhor você se acostumar. Essa casa não vai ser mais uma bagunça. É isso, ou rua”.
A humilhação é sutil, mas direta. Quando fica sozinha, Leo deixa cair uma lágrima – uma reação silenciosa, mas carregada de significado. Mais tarde, ela desabafa com Denise (Cris Larin), revelando o desconforto de ser tratada como alguém inferior por simplesmente usar um banheiro.
“Nunca tinha passado por uma situação dessas. Ser proibida de usar um banheiro?”, diz, ainda abalada. Denise tenta normalizar a situação: “Pra evitar dor de cabeça eu só uso o daqui de debaixo”. Mas Leo se recusa a aceitar essa lógica. “Isso é sobre dignidade. Uma mansão desse tamanho, cheia de banheiro, você precisa atravessar a casa inteira pra vir até aqui? Ir naquele cubículo apertado e quente com um chuveiro em cima do vaso?”.
A discussão entre as duas funcionárias deixa evidente o retrato de um Brasil onde regras não ditas ainda segregam, silenciam e humilham. “Mas nós somos os empregados”, argumenta Denise, ao que Leo responde com firmeza: “Isso não quer dizer que tá certo. Se a gente tá aqui pra fazer um trabalho que eles não dão conta sozinhos, temos que ser respeitadas sim!”.
A cena é um marco na trama e sinaliza uma virada no tom da novela. A chegada de Jaques impõe um conflito de valores na casa e evidencia o racismo estrutural e o elitismo que muitos fingem não ver. Mais do que um drama doméstico, o episódio escancara uma realidade ainda comum em muitas casas brasileiras: empregados que, mesmo sendo parte do dia a dia da família, continuam sendo tratados como invisíveis – ou pior, como intrusos.
“Dona de Mim” acerta ao tratar do tema com sensibilidade e contundência. Sem discursos inflamados ou exageros, a cena fala alto justamente por sua verossimilhança. O incômodo vem da familiaridade – e é isso que a novela parece querer provocar.
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