Da viagem à escalação: Os problemas que eliminaram o Botafogo do Intercontinental
O alvinegro sofreu a maior derrota de um brasileiro para um clube não europeu no Mundial
O Botafogo sofreu a sua pior derrota na temporada e apesar de conquistar o Brasileirão e a Libertadores, ficou um gostinho de “quero mais” com a eliminação no Intercontinental. O calendário apertado, a viagem, o fuso horário e as escolhas na escalação foram alguns dos fatores que levaram o Glorioso a atuar contra o Pachuca (MEX) bem abaixo do que vinha mostrando.
O alvinegro chegou para o Intercontinental almejando voos mais altos, buscando a chance de enfrentar o Real Madrid na grande final e, quem sabe, faturar mais três taças, já que cada partida do torneio vale um título, mas parou no time mexicano que se impôs sobre o clube brasileiro.
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Desgaste físico
O Botafogo enfrentou nas últimas três semanas uma carga alta de jogos decisivos, sendo sete ao total, ou seja, uma média superior a dois por semana. Em uma luta ponto a ponto com o Palmeiras, valendo o título brasileiro, o alvinegro precisou de força total para conseguir levar a melhor. Em meio a isso, ainda teve a final da Libertadores contra o Atlético-MG, onde o Glorioso também conseguiu a taça e com um agravante: atuando com um jogador a menos desde o primeiro minuto de jogo.
Além de todos esses fatores, o Botafogo precisou adiar sua festa do título brasileiro e viajou já na madrugada de segunda-feira (9/12) para o Catar, chegando ao país depois de quase 20 horas, treinando apenas uma vez no local da partida.
Artur Jorge, em entrevista coletiva após a derrota para o Pachuca, afirmou que o time “perdeu para ele mesmo”. O treinador poupou destaques como Marlon Freitas, Almada e Savarino, que só entraram no segundo tempo e admitiu ter sido muito difícil escalar a equipe para começar o jogo, por conta do pouco tempo de descanso.
”Temos que fazer uma análise mais cuidadosa sobre o que é o fim de temporada do Botafogo. Fizemos hoje 75 jogos na temporada, nos últimos 15 dias fizemos uma final contra o Palmeiras, uma final de Libertadores na Argentina, uma final contra o Internacional, uma final no Rio de Janeiro e depois de três dias estamos aqui no Qatar”, disse.
Mesmo com a explicação, o treinador português afirmou logo após o jogo que não iria dar desculpas pela derrota: “Eles foram melhores do que nós, mais eficazes, principalmente no 2° tempo. Não há nada a dizer em relação ao contexto porque temos que nos agarrar ao resultado”, disse Artur Jorge.
Viagem conturbada
A delegação botafoguense chegou ao Catar na segunda-feira (9/12), às 19h50 (horário de Brasília). A viagem durou quase 20 horas e foi feita a bordo de dois aviões do New England Patriots, franquia da NFL (liga de futebol americano) comandada por Robert Kraft, amigo de John Textor.
Por serem aeronaves feitas para acomodar jogadores de futebol americano, onde os atletas se destacam pela força física e altura, os assentos são maiores e mais largos que os de um avião comercial, porém o conforto que se esperava para a viagem não foi encontrado pelos jogadores.
Segundo o UOL, as poltronas mais largas foram ocupadas por membros da diretoria e os assentos em geral eram apertados. Não havia fileiras com três cadeiras suficientes para cada jogador e alguns dos bancos que sobraram não eram reclináveis. A reportagem ainda revelou que teve atleta deitando no corredor por conta de dores na coluna, sendo reprimido pela aeromoça.
Em entrevista após a derrota para o Pachuca, o zagueiro Barboza, do Botafogo, criticou bastante o avião: “O avião não era o melhor, era um avião fraco. E isso pesou. Tentamos jogar, tivemos situações de gol, mas não deu certo. O ano foi incrível para todos, para a torcida e para o clube”, disse.
Júnior Santos também falou sobre a dificuldade para se ambientar com o fuso horário do Catar: “Eu tentei dormir um pouco tarde pra tentar dormir mais, mas três horas da manhã eu estava acordado. O café já era às oito, fiquei acordado, tomei um café às oito horas da manhã, só fui consegui dormir dez e pouca, para acordar meio dia, e depois, posteriormente, só consegui dormir duas horas”, contou o atacante, em entrevista na zona mista.
“Somos seres humanos. Mentalmente, queremos fazer o melhor em campo, mas, fisicamente, acaba esbarrando nesse aspecto de voo longo, dormir mal… vários jogadores foram acordar 3h ou 4h. Então, esbarramos um pouco quando se fala em alto rendimento. Mas temos que entrar em campo pra vencer. Essa questão do voo atrapalhou um pouquinho, mas não podemos agarrar como desculpas”, afirmou Gregore também.
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