Ex de Jorge Báez denuncia violência psicológica e física: “Ele me sufocou”; ex-jogador é procurado
Jannah Nebbeling revela terror vivido ao lado do ex-atleta, incluindo ameaças, espancamentos e cárcere no Paraguai; portal LeoDias recebeu imagens chocantes das agressões

A modelo Jannah Nebbeling, ex-companheira do ex-jogador de futebol paraguaio Jorge Báez, abriu o jogo em entrevista ao portal LeoDias, nesta quinta-feira (7/8), e denunciou uma série de agressões psicológicas e físicas sofridas ao longo do relacionamento, marcado por controle, ciúmes extremos e violência doméstica, especialmente durante o período em que passaram no Paraguai.
Nas últimas semanas, a modelo vem compartilhando, em um perfil no Instagram, todas as provas contra o ex, de prints de conversas a fotos e vídeos das agressões. O caso chamou a atenção da imprensa, que vem repercutindo a situação desde então.
Veja as fotos
Jannah contou que conheceu Jorge em 2016 e manteve uma relação conturbada. Ao relatar o início do relacionamento à distância, em 2021, quando o jogador já apresentava sinais de comportamento abusivo, a modelo relembrou momentos pesados que sofreu: “Eu conheci o Jorge há muito tempo, quando eu tinha 18 anos. Hoje eu tenho 29; foi em 2016 e a gente era ficante. Ele morava no Paraguai e jogava ainda. Depois ele jogou em outros times e a gente se via com menos frequência, normalmente nas férias dele de verão. A gente começou à distância em 2021 e até mais ou menos agosto a gente estava à distância; e Jorge já apresentava ciúmes excessivos, ele já fazia muita violência psicológica comigo. Ele não gostava que eu estivesse com amigos homens, então ele começou a proibir isso também”, relatou.
O controle de Jorge ia além do aceitável e se transformava em ameaças reais, como contou. Jannah lembra um episódio dramático, no qual começou a perceber red flags, em que ele ameaçou matar seus amigos durante um passeio de barco: “Ele falou que ia matar meus amigos e aí eu comecei a ver que ele era louco mesmo. Mas ele fazia muito gaslighting comigo também, então eu não fazia o que ele queria. Ele sumia do mapa por um mês e depois ele me bloqueava em tudo e falava comigo por e-mail”.
Agressões físicas começam com frequência
A violência física se intensificou especialmente quando Jannah passou a morar no Paraguai, país onde Jorge exercia controle absoluto, pois, como relatou ao portal, a modelo não tinha proteção familiar ou policial. Segundo ela, os espancamentos eram frequentes, assim como sufocamentos e até momentos em que foi amarrada. Foi então que Jannah passou a viver, segundo ela, cárcere privado: “O cárcere foi mais no Paraguai. Justamente era o motivo dele não gostar de morar no Brasil, era o fato de eu conhecer gente, de eu ter proteção aqui da [lei] Maria da Penha, que ele já sabia. […] Eu fiquei um pouco por aqui no Brasil, depois eu fui para o Paraguai, e aí começaram as agressões pesadas; espancamento, o episódio com as luvas de boxe, que ele começou a me bater sem luva. Ele me sufocou com uma almofada de couro enorme. […] Teve um episódio também que ele me amarrou na escada, e uma vez ele filmou, e ele mesmo me enviou. Enquanto eu estava aqui no Brasil, minha irmã estava aqui em casa. Então, ele me enviou de visualização única, e eu falei: Irmã, filma aqui a tela, porque eu vou poder usar isso contra ele’”, disse a jovem de 29 anos.
Segundo Jannah, o comportamento do ex-jogador era sádico; ele demonstrava gosto por “dominar” a então namorada. Conforme a modelo, ele chegou a exigir que ela usasse burca e vivesse “sobre as regras do Talibã”: “Ele botava um vídeo no YouTube para a gente ver das 10 regras no Afeganistão, e aí as 10 regras do YouTube são totalmente machistas, aquela burca que tampa a mulher toda. E ele falou que eu ia começar a andar assim, zoando. Mas já vimos que não é tão zoando assim”, ponderou.
Entre as agressões mais chocantes, ela contou que Jorge chegou a quebrar seu celular, jogando-o pela janela em uma área remota, e que, em um hotel no Paraguai, foi espancada a ponto de fugir nua para pedir ajuda aos recepcionistas: “A gente estava num hotel no meio da floresta e ele começou a falar que ia me largar ali. […] Algum homem podia fazer alguma coisa comigo, um animal podia me atacar, era na tríplice fronteira. Eu consegui convencer ele e a gente chegou no hotel; no quarto ele começou a me espancar. Eu gritava muito e eu conseguia, às vezes, escapar da porta e ir para o corredor. Os recepcionistas escutaram, e depois eu corri pelada; eles falaram que Jorge tinha que pegar um outro quarto, tinha que sair dali senão eles iam fazer denúncia”.
Apesar das agressões, o relacionamento teve muitas idas e vindas, com Jorge pedindo desculpas e prometendo mudanças, com claros indícios de relacionamento abusivo. Mas as agressões continuaram, inclusive no Brasil, quando passaram uma temporada em Foz do Iguaçu, no Paraná. O ciúme e o controle permaneceram: “Ele torceu meu braço; nisso eu virei e bati com a cabeça na quina da parede e comecei a sangrar muito. Eu comecei a entrar em pânico, era uma cena de terror do lado desse cara, todo dia”.
Desesperada com o aumento das agressões e abalada emocionalmente, Jannah recorreu à irmã para buscar apoio. “Eu fui colhendo provas, printando, falando ‘Um dia eu vou sair dessa’. E ele vai pagar por tudo isso. Agora não tenho forças ainda, mas um dia eu vou ter’. Até que eu tive forças”, contou.
Jannah tem provas contundentes, incluindo fotos e vídeos que o próprio Jorge filmou para se “incriminar”: “Ele mesmo se incriminou milhões de vezes. Ele se incriminava dessa forma, porque um homem com raciocínio não ia filmar. Mas graças a Deus ele filmou. Ele admitia em chat: ‘Está com saudade de sentir sua cara ardendo, está a fim de levar porrada de novo. Você é uma vítima em potencial para feminicídio’. Eu tenho isso escrito”.
O término definitivo do relacionamento ocorreu em novembro de 2024, após várias denúncias registradas, incluindo na Delegacia de Atendimento à Mulher (D.A.M.) e em outra especializada.
Medidas protetivas estão em andamento; ex-jogador ainda não foi localizado
O advogado de Jannah, Dr. Gabriel Oliveira, que também esteve na videochamada com a reportagem do portal LeoDias, explicou o andamento da situação legal: “No momento temos medidas protetivas deferidas. Não há o que se falar em processo legal porque não tem denúncia ainda. O que temos hoje: quatro procedimentos que correm nas delegacias, denominados de vias de fato. Lesão corporal, registros de ocorrências de ameaças, e recentemente no dia 1º de agosto juntamos cerca de 200 provas. Juntamos essas provas para que Jorge seja indiciado e que o processo corra seu percurso normal. Temos as capitulações que são: violência doméstica, patrimonial, física e cárcere privado. A gente vai tratar de uma Ação Penal Pública de interesse do Ministério Público”, disse o advogado.
Jorge Báez ainda não foi intimado, pois seu endereço não foi encontrado em investigações, mesmo após contato com o Consulado do Paraguai, como explicou o advogado: “Eles estão nos ajudando a encontrar o endereço do ex-jogador de futebol”. Ainda segundo Jannah, houve informações de que o oficial de Justiça tentou entrar em contato com Jorge Báez, mas ele não teria respondido às chamadas e mensagens.
Modelo deixa mensagem a mulheres que passam pelo mesmo
Após toda a acusação, Jannah Nebbeling deu um conselho claro e contundente para quem está em um relacionamento abusivo: “Se você ver as red flags no início, não deixe entrar na sua mente, no seu coração e dominar a sua vida”. Ela explica que aprendeu a identificar esses sinais nos seus relacionamentos atuais, mas reconhece o impacto profundo que a vivência do passado deixou: “Me trouxeram muitas sequelas, como crise de pânico e não confio mais em nenhum homem. Fora que meu psicológico está muito abalado e me medico contra as crises; não tenho dormido direito e essa semana está sendo mais difícil, pois estou revivendo”, disse a modelo.
Para Jannah, a violência doméstica não afeta apenas o corpo, mas destrói a mente da vítima: “Esse tipo de relação destrói a cabeça da mulher e se ela não acaba sendo morta, ela mesma pensa nisso”. Ela revela o temor constante que acompanha esse tipo de abuso e ressalta a urgência de conscientização. “Desejo conscientizar todas as mulheres, porque a taxa de feminicídio está aumentando no mundo todo”.
Com uma perspectiva internacional, a modelo lembra que o problema é global: “Eu sou metade holandesa e lá estamos tendo o mesmo problema. O machismo está descontrolado e se não nos cuidarmos, eles vão matar a gente. Não se cale, denuncie mesmo, não tenha medo e peça medida protetiva. Daqui a pouco eles estarão andando com tornozeleira”, reforçou, levantando a importância da sororidade e da união entre mulheres.
O portal LeoDias procurou o ex-jogador de futebol Jorge Báez, mas não localizou contatos dele e de sua defesa. A reportagem entrou em contato com o Club Olimpia, clube esportivo paraguaio com sede em Assunção, onde Jorge já jogou; porém, a agremiação afirmou ao portal que não dispõe dos contatos do rapaz e de seus advogados. O espaço está aberto para esclarecimentos.
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