Famosa equipe americana gera polêmica ao tentar entrar no “mundo europeu” da F1
Fórmula 1 vem ganhando espaço dentro da Fórmula 1, mas os “donos da festa” querem limites
Poucos negócios no esporte são tão glamourosos e lucrativos como a Fórmula 1 e poucos sabem organizar um evento esportivo tão rentável como os americanos, até por isso a categoria se expandiu, tem três corridas nos EUA e uma dona estadunidense, porém, a expansão do mundo europeu da F1 encontrou um entrave: uma nova equipe.
A famosa Família Andretti, dona de nomes marcantes do automobilismo, como Mário, campeão na Fórmula 1, e seu filho, Michael Andretti, multicampeão na Indy e ex-companheiro de Senna, é também o sobrenome que domina os paddocks nos Estados Unidos, com a equipe Andretti Autosport, que mantém equipes em várias categorias do automobilismo.
Projeto ambicioso na Fórmula 1
A FIA (Federação Internacional do Automobilismo) revelou recentemente a entrada da Audi como nova montadora para o quadriênio de 2026 a 2030 e a notícia mais impactante, que veio depois: a Andretti está aprovada como equipe de Fórmula 1.
Dentre os aspectos avaliados pela entidade, estão a habilidade técnica e esportiva, a capacidade de autofinanciamento da equipe para manter-se competitiva, experiência e recursos humanos, bem como a gestão de ações sustentáveis do ponto de vista ambiental. Outro ponto observado pela FIA trata dos planos de cada time para promover impacto social positivo “por meio de sua participação no esporte”.
O projeto ambicioso envolve uma parceria com a General Motors (dona da montadora Chevrolet) e a Cadillac, conhecida por seus carros de luxo. O chefão da nova equipe já investiu milhões em uma sede em Indiana, já se desdobrando para estrear em 2025, segundo entrevista para a Sky Sports, no GP de Miami, ainda no primeiro semestre do ano.
O presidente da FIA, Mohammed Bin Sulayem chegou a falar: “”Uma das maiores discussões era: o que a Andretti traz para a festa? Bem, agora trazemos uma das maiores montadoras do mundo, com a General Motors e a Cadillac”.
Porém, a receptividade esperada por Michael Andretti ao entrar com uma nova equipe no “mundo americanizado” da Fórmula 1 não aconteceu. A verdade se mostrou outra, e as equipes europeias, mesmo grandes investidores americanos por trás, não querem um novo nome para dividir o bolo.
Andretti está, mas não está
Mesmo com a aprovação da FIA, o ex-parceiro de Senna, Michael Andretti, precisará mais do que a entrada da Cadillac para impressionar. Para virar oficialmente uma equipe de F1, a Andretti precisará ser aceita pela Liberty Media, dona dos direitos da categoria, e para isso terá de convencer as outras equipes a deixá-la entrar.
O grande problema é a divisão do bolo, ou seja, da grana que todos recebem. A diluição da participação nas receitas e a sensação de que a taxa de entrada de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) — que serve como um fundo que será dividido entre o grid atual para compensar a divisão do dinheiro, consequência natural da presença de um novo time —, agora, parece muito barata.
O caminho que pode fazer as equipes da F1 aceitarem presença da Andretti no grid passa por um acordo que a Liberty Media poderia viabilizar, para não incluir a novata no atual Pacto de Concórdia (acordo que define todos os direitos e deveres comerciais das equipes) ou mesmo cobrar uma taxa absurda para o acordo de 2026. Isso deixaria a Andretti apta para a competição, mas vetada da premiação em dinheiro.
Opiniões divergentes
Publicamente, já houveram manifestações sobre o assunto. Zak Brown, CEO da McLaren, é o único chefão de equipe que mostrou estar ansioso com a chegada de mais um competidor. Aliás, isso se dá porque Zak e Andretti foram parceiros comerciais antigamente.
Dos pilotos, Fernando Alonso, que correu na Fórmula Indy – categoria da qual a equipe Andretti tem maior sucesso -, declarou gostar de Michael e da Família Andretti em geral, porém, se posicionou como o chefe da Aston Martin, sua equipe, que na pessoa de seu dono, Lawrence Stroll, não vê com bons olhos a nova concorrente.
Até o multicampeão Lewis Hamilton se pronunciou e polemizou com suas declarações que causaram interpretações generalizadas, já que o piloto da Mercedes deu a entender em primeiro momento ser a favor da nova equipe, mas depois teve de explicar que não era – a Mercedes já se posicionou contra.
O ex-piloto Christian Fittipaldi, que correu por muitos anos na Fórmula Indy, inclusive na equipe de Michael Andretti, comentou no podcast Pelas Pistas sobre a possível nova equipe: “Não sei o que pensar, estou curioso para ver se a Andretti vai conseguir [convencer a Liberty Media e entrar na Fórmula 1]”, declarou o brasileiro.
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