Marçal abre o jogo sobre premiação atrasada no Botafogo e critica nota da diretoria
Capitão do time na conturbada campanha do Brasileirão em 2023, Marçal não renovou contrato com o Botafogo para 2025
Os bastidores do Botafogo estão fervendo desde que foi revelado o atraso do pagamento das premiações dos títulos do ano passado. Na última sexta-feira (10/1), o lateral Marçal, agora ex-jogador do alvinegro, revelou detalhes dessa negociação e ainda criticou a nota da diretoria.
Segundo revelado pela jornalista Joana de Assis, o elenco alvinegro está incomodado com o atraso de salários e no pagamento das premiações, chegando a ameaçar não se apresentar na próxima terça-feira (14/1) caso o débito não seja quitado. Entre os jogadores indignados, estão aqueles que permaneceram para a atual temporada e também quem saiu – Marçal é um dos atletas que não renovou contrato para 2025 -.
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Incômodo nos bastidores
Marçal esteve no Charla Podcast na última sexta-feira (10/1) e revelou detalhes dos bastidores para negociação entre jogadores e a diretoria. O lateral-esquerdo ainda se mostrou incomodado com a nota da diretoria.
“Eu fiquei chateado com essa nota. Eu saí do Botafogo super contente com tudo que aconteceu. Ando nas ruas do Rio de Janeiro, sou parado. A galera é muito grata e eu mais ainda. O Botafogo, para mim e para os meus filhos, é algo diferente. Nossa sede é no Rio de Janeiro agora. Botafogo é nossa casa agora. Mandei uma mensagem para o John, ele fez um post maneiro sobre mim, e disse que quero estar no Rio velhinho e ser reconhecido”, disse Marçal no podcast.
“Essa nota que o Botafogo soltou me deixou chateado. Porque fala de jogadores que saíram do clube que estão articulando. Não é verdade. Minha mulher ficou preocupada e eu só quero descansar. Os empresários vão ligar, mas esses três anos foram puxados. Eu era capitão, não eram só questões de campo. Estou preocupado em lidar com meu futuro. Estou acompanhando esse bafafá pela mídia. Pessoas que eu conheço, eu respondo e falo que é bafafá. Jornalistas eu vejo e digo que não vale a pena [responder]”.
Na última quinta-feira (9/1), o Botafogo soltou uma nota afirmando que “um grupo de jogadores que não está mais no elenco” pediram um aumento de 25% do valor da premiação já no final da temporada e após uma recusa da diretoria, esses jogadores estariam “promovendo inverdades na mídia na tentativa de garantir ganho pessoal”.
“Eu entendo a nota do Botafogo, pagaram tarde (referindo-se ao depósito da Conmebol), está tudo fechado, todo mundo merece férias e só vão pagar daqui a 20 dias. Não vou mentir, não, tinha umas contas para o dia 10 (férias), mas se pagarem em 20 dias está ótimo. Eu só sei que tenho bônus a receber. E pedir 25% a mais é mentira. Nós conversamos seis meses atrás sobre premiação, e o grupo sempre muito unido… Se estamos negociando algo, você me oferece 10% eu vou pedir 12%, é normal. A gente pediu 10% a mais e o clube falou não”, disse.
“A Conmebol paga 23 milhões (de dólares) ao campeão e vocês vão receber uma porcentagem. A gente foi para a base do dólar. O dólar estava R$ 5,10 naquela altura. Pedimos para que a premiação fosse paga no mínimo de R$ 5,10, isso era ainda na fase de grupos. O Botafogo nos apresentou com o dólar a R$ 5,10, só que o dólar está R$ 6 e alguma coisinha e é uma diferença grande. Foi uma reunião há 20 dias e pedimos para o Thairo (Arruda, CEO do clube) que nós, jogadores, tivéssemos uma premiação igual para todos. Falei para conversar com John, Marlon e Barboza e eles concordaram que fosse tudo igual para todo mundo…”, acrescentou.
“Almada, Igor Jesus e Luiz Henrique não pegaram pré-Libertadores, por exemplo. Passamos para a direção que seria igual para todo mundo. Quando chega a planilha, está fixado no valor de R$ 5,10. Nós tínhamos pedido para colocar mínimo de R$ 5,10, não fixar e agora disse que nós pedimos 25% a mais. Inclusive, nós fizemos essa reunião e até hoje ele não nos deu uma resposta. Ele saiu dizendo que ia perguntar para o John, sem garantir que ia dar certo. Todos saímos da reunião achando que foi positivo, mas até hoje não tivemos resposta. A resposta foi agora através da nota”, completou.
Marçal negou estar participando de uma ação coordenada para conturbar os bastidores do Botafogo, agora que deixou o clube. Segundo ele, os jogadores – tanto quem saiu, quanto quem ficou – não tiveram retorno de Thairo Arruda, CEO do clube, desde a reunião citada na entrevista e confirmou que ainda há salários em aberto.
“Questão salarial estão acertando as coisas. Tem um monte de coisa que até o momento, de fato, não foi quitado, mas estão acertando. A rapaziada é muito de boa com isso. Estamos tranquilos. Está de boa. O Botafogo passou uma data e ficou postergando”, pontuou o lateral.
Marçal fala sobre a situação dos salários e das premiações dos títulos no Botafogo
“Me deixou chateado” pic.twitter.com/6oMUPArcWI
— Charla Podcast (@CharlaPodcast) January 11, 2025
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