Paris 2024: Depois de mais de 100 anos, o rio Sena está pronto para receber nadadores
O icônico rio que banha a capital parisiense estava proibido para banho desde 1923, mas recebeu atenção especial para estar pronto para às Olimpíadas
A limpeza do rio Sena e a indecisão sobre as condições para as provas de natação foram o grande questionamento da organização olímpica em Paris. Com uma mobilização pesada, o local que banha a capital francesa está novamente livre para banho, depois de mais de cem anos, e pronto para as Olímpiadas.
A ministra dos Esportes e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos da França, Amélie Oudéa-Castéra, “testou” as águas em um mergulho solitário, com um maiô que cobria todo seu corpo.
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Anne Hidalgo, prefeita de Paris, também repetiu o gesto e nadou pelas águas do Sena acompanhada por Tony Estanguet, o presidente do Comitê Organizador dos Jogos – e tricampeão de canoagem nas Olimpíadas –, além de outras autoridades. O presidente Mácron, que havia sido convidado, não apareceu, mas prometeu também tomar um banho no rio.
Rio Sena e as competições
O rio Sena receberá as provas de maratona aquática e triatlo nos Jogos Olímpicos. Recentemente, o nível de poluição ainda estavam acima dos autorizados para a realização das provas olímpicas de triatlo e natação, mas segundo uma nova inspeção das autoridades locais, as águas foram aprovadas.
Os investimentos para o processo de despoluição começaram em 2016 e, ao total, foram cerca de 1,4 bilhão (R$ 8,35 bilhões) gastos com tratamento para tornar o rio Sena e seu principal afluente, o Marne, próprios para banho.
Despoluição do Sena
O local foi considerado impróprio para banho em 1923, graças ao esgoto de residências e indústrias, além do lixo das ruas carregado pela chuva.
Para reverter os vários anos de poluição, os bilhões foram investidos principalmente em um grande tanque de tratamento para conter as águas cheias de bactérias das chuvas fortes, do qual começou a funcionar há poucas semanas.
Outro investimento alto foi feito para tornar a rede de esgotos de Paris mais moderna, além de uma reurbanização nos locais próximos ao Sena, transformando ruas onde passavam carros em praças com mais árvores.
Medições do nível de coliformes fecais – bactérias que infectam a água através de fezes – são colhidas todos os dias, e as provas olímpicas e paralímpicas podem ser adiadas dependendo dos resultados.
As chuvas fortes são o principal problema para que as provas não ocorram tranquilamente – Paris encarou o início de ano mais chuvoso dos últimos 30 anos. Com isso, o lixo da cidade, além de outros dejetos desaguam no Sena.
O plano B nessa situação consiste em adiar as provas por alguns dias, e um plano que visa transferir a natação em maratona para a cidade de Vaires-sur-Marne.
Nos anos 1970, especialistas só encontravam três espécies de peixes no Sena. Atualmente, já são mais de 30. A expectativa é que após as Olímpiadas o Sena seja liberado para banho em 2025 e o local seja o grande legado da capital francesa.
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