Advogado de Diddy acusa sistema judicial de perseguição por gostar de “sexo a três”
O discurso do advogado de Diddy foi feito um dia após a promotoria apresentar um longo resumo de quase cinco horas com os principais pontos da acusação

No último dia do julgamento de Sean “Diddy” Combs, o advogado de defesa do rapper, Marc Agnifilo, adotou uma estratégia provocadora e teatral ao apresentar seus argumentos finais. Segundo ele, o empresário está sendo julgado injustamente por seu estilo de vida “swinger” e por praticar “sexo a três” consensual, e não por crimes como tráfico sexual, extorsão e sequestro, pelos quais é formalmente acusado. Um eventual veredito de culpa pode levá-lo à prisão perpétua.
A defesa tentou desconstruir as acusações apresentadas ao longo das últimas semanas, afirmando que Combs é vítima de um processo movido por interesses distorcidos. Agnifilo classificou o caso como um “julgamento falso” e buscou humanizar a figura do artista, destacando sua trajetória profissional e pessoal. “Sean Combs se tornou algo muito, muito difícil de ser”, disse o advogado. “Ele é um empreendedor negro, bem-sucedido e que se fez sozinho.”
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Durante o discurso, o advogado também destacou o apoio familiar a Combs, com a presença de filhos e da mãe do réu nas audiências. “O homem cuida das pessoas”, declarou. Em um momento mais ácido, criticou uma das supostas vítimas, identificada como “Jane”, ironizando: “Espero que ela esteja tendo um bom dia, mas sabe onde ela está fazendo isso? Numa casa que ele está pagando.”
A principal acusação contra Combs vem de sua ex-namorada, Casandra “Cassie” Ventura, que o acusa de abuso sexual e agressões físicas frequentes durante o relacionamento. No centro do processo está um vídeo de 2016 que mostra o artista agredindo Ventura em um hotel e tentando arrastá-la de volta para o quarto. A defesa reconheceu o episódio de violência, mas negou que tenha relação com um comportamento sistemático. “Nós assumimos a responsabilidade pela violência doméstica”, afirmou Agnifilo.
Segundo o advogado, Ventura era uma mulher “forte, inteligente” e que teria participado das relações sexuais de forma consensual. “Ela é uma mulher que realmente gosta de sexo”, disse. “Que bom para ela! Ela é linda, ela deveria. Ela é intensa. Ela não tem medo.”
Agnifilo também tentou enfraquecer o relato de Ventura sobre um relacionamento secreto com o cantor Scott Mescudi, conhecido como Kid Cudi. A cantora afirmou ter usado um telefone alternativo para esconder o caso de Combs. “Uau! Um celular descartável!”, ironizou o advogado. “A Cassie está se comportando como uma gangster!” Segundo ele, a existência do relacionamento paralelo indicaria que Ventura não vivia sob o medo constante de Combs, como alegado.
Ao rebater a acusação de sequestro feita pela ex-assistente Capricorn Clark, Agnifilo usou do sarcasmo. Clark afirma que foi mantida por cinco dias em um prédio comercial em Nova York e obrigada a passar por um teste de polígrafo, suspeita de envolvimento no roubo de joias. O advogado rebateu: “Um sequestro porta a porta”, dizendo que ela ia e voltava para casa acompanhada por seguranças. “Vocês ficam aqui por longas horas”, disse aos jurados. “Alguém aqui se sente sequestrado?”
Ainda em tom de deboche, Agnifilo questionou a gravidade das acusações. “Ele é acusado de sequestro. Isso é real!”, exclamou. Em sua fala, incentivou o júri a duvidar dos testemunhos apresentados pela promotoria e rejeitar as evidências oferecidas pelo governo.
A defesa também abordou outras acusações, como tentativa de suborno e obstrução de justiça, além da suspeita de que Combs teria mandado incendiar o carro de Kid Cudi. Apesar de relatos antigos de que o rapper teria ameaçado explodir o veículo, investigações da época não conseguiram estabelecer vínculo entre ele e o crime. “Esse não é o estilo dele”, defendeu Agnifilo. “Ele preferiria uma boa e velha briga de John Wayne às oito da manhã em Hollywood Hills.”
Enquanto o advogado fazia sua sustentação, Combs demonstrava atenção, revezando momentos de concentração com uma postura mais relaxada. Um dos filhos do rapper, Justin Combs, usava uma camisa com os dizeres “Libertem Sean Combs”, mas foi orientado por um oficial de justiça a remover a peça, já que manifestações desse tipo não são permitidas em tribunal.
O discurso de Agnifilo foi feito um dia após a promotoria apresentar um longo resumo de quase cinco horas com os principais pontos da acusação. A defesa continua sua fala durante a tarde desta sexta-feira (27/6), quando os promotores terão direito à réplica. O veredito pode ser anunciado na próxima semana.
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