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Especialista relata como depressão e ansiedade afetam famosos

Psiquiatra comenta como prevenir depressão e ansiedade

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Recentemente, vários artistas e celebridades relataram que possuem depressão ou ansiedade. Pensando no aumento desses casos e na importância de falar sobre o “Setembro Amarelo”, o portal LeoDias conversou com um especialista em saúde mental para falar sobre como a depressão afeta as pessoas públicas.

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Em 2023, houve uma onda de casos de artistas assumindo as doenças que afetam o mental, o humor e a disposição. Wesley Safadão chegou a pausar seus shows por conta de ansiedade. O ator Sidney Sampaio contou que também enfrentou uma depressão profunda.  Tata Werneck e Dani Russo foram internadas por conta da crise de ansiedade. Preta Gil também relatou que sofre com o transtorno.

Os números de casos das doenças só aumentam no Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país tem 18,6 milhões de ansiosos e 13,5% deprimidos.

Confira agora a entrevista feita com Dr. Saulo Ciasca, psiquiatra, psicoterapeuta, sobre o aumento de casos de ansiedade e depressão nas figuras públicas e como podemos prevenir.

Estamos vendo uma onda de relatos de pessoas famosas e públicas que têm relatado conviver com depressão e ansiedade. A vida pública pode causar e agravar estes problemas?

Temos vivenciado uma pressão cada vez maior sobre nós mesmos na sociedade atual. Trata-se de uma autoexploração, em que nos cobramos de ser cada vez melhores, mais produtivos, felizes, bem-sucedidos, bonitos e por aí vai. Essa cobrança pode ser ainda maior se a pessoa tem um alto grau de exposição na mídia. Saúde mental é espontaneidade, é poder também estar cansado, triste, ansioso, preocupado, inseguro, e principalmente poder demonstrar isso. Precisar o tempo todo mostrar uma fortaleza de caráter e alegria e exemplo a ser seguido vai cobrar um preço para qualquer pessoa. Uma pessoa famosa que está num mau dia e encontra seus fãs na rua, em uma era de smartphones e exposição fácil e instantânea, pode perder muito se demonstrar seu mau-humor ou sair mal em uma foto.

 

É possível se proteger no contexto em que muitas vezes essas pessoas vivem em um alto estado de exposição? Ou é necessário se afastar de tudo, como foi o caso de Wesley Safadão?

Vai depender muito de como a pessoa maneja a linha entre público e privado. Às vezes o ato mais corajoso e sincero consigo mesmo será se afastar de tudo, e está tudo bem se a pessoa sentir que é o melhor para ela. Isso se assemelha à síndrome do Burnout, em que a pessoa passa a perder o sentido do que está fazendo por excesso de trabalho ou das consequências do mesmo.

Por que essas pessoas muitas vezes escondem seus problemas e só falam sobre isso quando “explodem”?

Porque há um enorme estigma relacionado aos transtornos mentais, qualquer um que seja. Depressão e Transtorno de Ansiedade Generalizada são comumente vistos como fraqueza, falta de caráter (ou “porrada” na infância), “mimimi”. E isso leva à demora para procurar ajuda, o que piora o quadro da pessoa.

Há alguma forma de prevenir depressão e ansiedade?

Sim! Ter ciência do que está causando estresse e controlar esses fatores é fundamental. A psicoterapia pode ajudar nesse sentido. A atividade física é sensacional tanto para o corpo como para a mente. Uma alimentação equilibrada tem sido o foco de diversos estudos em psiquiatria, em que se correlaciona o tipo de microbiota intestinal com fatores que podem aumentar o risco para transtornos mentais. Uma boa rotina de sono também é condição básica para uma vida melhor. Precisamos de pessoas, ter vínculos afetivos autênticos, ter tempo para cultivá-los.

É possível ter uma saúde mental equilibrada, consumir redes sociais e ter uma vida altamente exposta?

Aprender a lidar com rede social é reduzir o tempo de tela sempre que preciso, ir para as redes com uma ideia do que procurar, sem se entregar ao “modo zumbi” do consumo de vídeos rápidos e colocar limites sobre si em relação ao que será exposto. A internet fervilha, mas a vida lá fora também. Um momento de detox de redes, conectar-se com seus afetos e com a natureza ajuda a reencontrar a humanidade perdida no virtual.

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