Nardoni é aprovado em exames para pena em regime aberto e faz planos; decisão cabe à Justiça

Decisão final sobre possível progressão de pena será do juiz

Por Julia da Silva - 24/04/2024 às 10:54 atualizado em 25/04/2024

Alexandre Nardoni, acusado de assassinar a própria filha, Isabella Nardoni, em 2008, foi aprovado nos exames criminológicos para cumprir o restante da pena em regime aberto. Contudo, a decisão final é do juiz. Nos testes, Alexandre alegou inocência do crime. Além disso, ele reafirmou que segue em relacionamento com a cúmplice, Anna Carolina Jatobá, e contou os planos que tem para o futuro. As informações são do G1.

Através de três exames diferentes, feitos por uma assistente social, uma psicóloga e um psiquiatra, o culpado teve a aprovação para possivelmente seguir o restante da pena de 30 anos em regime aberto. Nos testes, ele foi questionado sobre a sua autoria no crime em que Isabella Nardoni foi jogada do apartamento, no sexto andar, onde ele morava com a esposa e madrasta da menina, Anna Carolina Jatobá.

Os exames
Segundo a psicóloga, Alexandre não demonstra arrependimento, pois nega a todo momento que tenha cometido o crime: “Demonstra ter consciência da gravidade do fato, contudo, não expressa arrependimento de algo que não cometera. Seus sentimentos são de dor pela perda da filha. Ao longo dos anos vem interpondo recursos, reunindo elementos novos, alguns não considerados, visando provar sua inocência e chegar ao verdadeiro culpado. Importante enfatizar que seu discurso se mantém inalterado, logo, nega a autoria dos fatos”.

O psiquiatra, nesta segunda-feira (22/4), emitiu um relatório afirmando: “Sobre o delito, homicídio da própria filha, nega autoria. Afirma que ele e esposa seguem tentando provar inocência, contrataram peritos independentes para buscar opiniões divergentes em relação às lesões encontradas na filha por discordar do laudo do IML. […] Como não assume autoria, não há que se falar em arrependimento. Frente à ponderação de que o crime provocou grande comoção popular, afirma não saber exatamente o motivo para isso”, escreveu.

A assistente social pontuou que Alexandre tem cumprido as funções carcerárias com êxito: “Sobre o encarceramento, reflete que tem sido um processo doloroso, mas de aprendizado contínuo”.

Alexandre indica planos para o futuro, caso consiga a mudança de regime

De acordo com os documentos da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Alexandre mantém contato e boa relação com os filhos, atualmente com 16 e 19 anos, e afirma que tem planos de morar na casa do pai, junto com os filhos e seu irmão adolescente. Para trabalho, ele expressou desejo de exercer função na empresa de construção civil do seu pai. A relação afetiva com Anna Carolina continua e foi frisada no documento, mas os dois não se visitam devido a burocracia.

Laudo
O laudo final constata que “não há contraindicação psiquiátrica, neste momento, para progressão de regime penal”. Alexandre já está em regime semiaberto desde 2019. O Ministério Público de São Paulo já emitiu um parecer contrário a progressão de pena de Alexandre, que foi condenado a ficar na cadeia até 2035.