Veja os argumentos da promotoria que podem sentenciar prisão de P. Diddy
Acusação apresenta os argumentos finais nesta quinta (26/6)

Atenção: a matéria a seguir traz relatos sensíveis de agressão e abuso sexual e pode ocasionar gatilhos sobre estupro, violência contra a mulher e violência doméstica. Caso você seja vítima deste tipo de violência, ou conheça alguém que passe ou já passou por isso, procure ajuda e denuncie. Ligue para o 180.
Começaram os argumentos finais no julgamento de Sean “P. Diddy” Combs nesta quinta (26/6), com os promotores federais apresentando ao júri um extenso resumo das acusações contra o ex-magnata da música. A defesa apresentará seu lado na sexta (27/6), antes que o juiz dê as instruções finais ao júri. O veredito é esperado para a próxima semana, e pode significar décadas de prisão para o rapper.
No centro do tribunal lotado, a promotora Christy Slavik detalhou pacientemente cada uma das cinco acusações contra Combs: uma de associação criminosa, duas de tráfico sexual e duas de transporte com finalidade de prostituição. Ela explicou os atos ilícitos relacionados a cada acusação e o que é necessário para que o réu seja considerado culpado.
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Enquanto Slavik relembrava os relatos de violência e abuso feitos por ex-namoradas, ex-funcionários e autoridades policiais, as três filhas adultas de Combs, que não apareciam no tribunal havia semanas, cochichavam entre si e trocavam bilhetes. Combs, por sua vez, escrevia recados em pedaços de papel e os entregava a seus advogados, Marc Agnifilo e Teny Geragos. Na maior parte do tempo, ele permaneceu com as mãos no colo, olhando fixamente para frente ou para o chão, demonstrando inquietação.
A promotoria iniciou sua fala com foco na acusação de associação criminosa, afirmando com clareza ao júri: “Combs é o líder de uma organização criminosa. Ele não aceita um ‘não’ como resposta.” Slavik descreveu essa organização como o “círculo íntimo” do réu, composto por sua chefe de gabinete Kristina Khorram, sua equipe de segurança e um grupo rotativo de assistentes e funcionários. Segundo ela, agiam como “soldados” a serviço de Combs, cometendo crimes para proteger sua imagem e atender aos seus desejos pessoais e sexuais.
Ao longo de duas décadas, esses indivíduos teriam cometido diversos crimes e ajudado a acobertá-los, sempre sob ordens diretas de Combs, segundo a promotora. Mesmo que os ex-funcionários não tenham admitido formalmente fazer parte de uma organização criminosa, Slavik pediu que o júri use o bom senso ao avaliar as provas.
Durante sua exposição, a promotoria exibiu slides com os chamados “atos antecedentes” do crime de associação criminosa, como sequestro, incêndio criminoso, suborno, tráfico de drogas, tráfico sexual, transporte para fins de prostituição, trabalho forçado, intimidação de testemunhas e obstrução da justiça.
Slavik argumentou que o envolvimento do réu nesses crimes é evidente — e citou, por exemplo, “centenas de episódios de tráfico de drogas”. Segundo ela, o uso de entorpecentes era uma “parte essencial” dos chamados “freak-offs” — festas sexuais privadas promovidas por Combs. A promotora afirmou que ele drogava suas parceiras com substâncias como ecstasy para que elas tivessem relações sexuais com homens contratados, enquanto ele assistia e filmava. Mensagens trocadas entre membros da equipe de Combs sobre a compra e entrega de drogas foram usadas como prova. “Isso é tráfico. É simples”, disse Slavik.
A promotora também detalhou outros atos, incluindo três casos de sequestro. Um deles foi o da cantora Ventura, que teria sido agredida por Combs dentro de um SUV e obrigada a se isolar em um hotel enquanto se recuperava. Outra testemunha, a ex-assistente Capricorn Clark, relatou ter sido forçada a fazer um teste de polígrafo por cinco dias e, anos depois, ter sido ameaçada com uma arma pelo réu, que disse querer matar o rapper Kid Cudi, então namorado de Ventura.
Na acusação de tráfico sexual, Slavik destacou o caso de “Jane”, vítima anônima que teve um relacionamento com Combs entre 2021 e 2024. Segundo a promotora, basta um único episódio em que o réu tenha transportado a vítima com o objetivo de exploração sexual, mediante fraude, força ou coerção, e com envolvimento de comércio interestadual.
A promotora descreveu Combs como um homem extremamente ciumento e violento. Em um episódio citado, ocorrido em junho de 2024, ele teria espancado Jane e a arrastado pelos cabelos de volta para casa, onde preparou mais uma noite de abusos.
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