Anna Wintour fora da Vogue? Entenda o que isso significa
Anna não se aposenta, só fica em um cargo ainda mais importante

Não é todo dia que um império muda de mãos. Após 37 anos como editora-chefe da Vogue América, Anna Wintour deixa oficialmente o cargo mais poderoso da publicação norte-americana — uma função que ela ocupou por quase quatro décadas e que a transformou em um dos nomes mais influentes da história da moda. Mas o anúncio, feito nesta quinta-feira (26/6), é menos sobre um fim e mais sobre uma transição que carrega o peso simbólico de uma nova era.
Anna não está se aposentando. Muito pelo contrário: ela segue como diretora editorial global da Vogue e chefe de conteúdo da Condé Nast, supervisionando diversas edições da revista ao redor do mundo, com exceção do The New Yorker.
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Na prática, continua no comando do ecossistema editorial de moda mais relevante do planeta – mas agora, com uma redistribuição de poder que tira dela a liderança direta da edição norte-americana -.
A movimentação sinaliza algo importante: a descentralização da Vogue América, que por muito tempo foi vista como a “matriz” editorial e cultural das demais edições.
A partir de agora, assim como já acontece em Londres, Paris e Milão, o cargo de editor-chefe dá lugar a um novo modelo de liderança, o de head of editorial content, ou seja, o líder de conteúdo editorial.
Essa mudança se alinha à estrutura implantada nos últimos anos pela Condé Nast, que busca mais agilidade, foco regional e sinergia global.
Para o público geral, pode parecer apenas uma troca de cargos. Mas para quem acompanha os bastidores da moda, esse anúncio é histórico.
Anna Wintour foi mais que uma editora-chefe: ela foi arquiteta de narrativas, descobridora de talentos, estrategista de tendências. Foi responsável por alavancar carreiras de estilistas, modelos, fotógrafos e stylists. E, claro, foi inspiração direta para personagens como Miranda Priestly, de O Diabo Veste Prada — um reflexo pop da sua influência real —.
Durante seu reinado, Anna moldou o que entendemos por alta moda, mas também construiu pontes com o mundo pop, levando figuras como Kim Kardashian, Beyoncé e até políticos para as capas da revista.
Tornou a Vogue um símbolo de status, cultura e comportamento. Com seu corte de cabelo imutável, seus óculos escuros e sua postura implacável, ela se tornou uma figura mítica, temida e admirada em igual medida.
A saída do cargo de editora-chefe não representa uma ruptura total, mas sim o início de um novo capítulo. O trono agora está vago — e a pergunta que paira é: quem terá fôlego, carisma e inteligência editorial para ocupar essa cadeira? Ainda não foi anunciado um sucessor, mas a escolha será determinante para definir o tom da Vogue América nos próximos anos.
Mais do que um nome, o que está em jogo é um legado. A revista precisará se adaptar às novas dinâmicas culturais e digitais sem perder a autoridade construída sob a liderança de Wintour. Precisará conversar com gerações hiperconectadas e com um novo senso de estilo, ao mesmo tempo em que preserva o prestígio de décadas.
É o fim de uma era, mas também o começo de outra. Anna Wintour não sai de cena. Apenas sobe mais um degrau — e, como sempre, permanece no centro das decisões —. Seu nome ainda será determinante nos rumos da moda global, mas a Vogue América, agora, terá a chance de se reinventar sem sua sombra direta.
Resta saber se o novo ciclo será tão impactante quanto o que ela encerra. Mas uma coisa é certa: os óculos escuros continuam no rosto, e o mundo da moda segue de olho em cada movimento.
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