Atração do Rock In Rio, Kevin O Chris fala da importância do funk na luta contra o preconceito
No festival, cantor se apresentará no "Palco Favela", que será totalmente dedicado ao gênero
A trajetória de Kevin O Chris, um dos maiores hitmakers da atualidade, é um retrato da força da música e da capacidade de superação através da fé e do talento. Nascido e criado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, o artista encontrou no funk carioca a chave para abrir portas, mudar a realidade de sua família e conquistar seus sonhos.
Agora, possuindo mais de 2 bilhões de reproduções no Spotify e com uma bagagem de sucesso, ele se prepara para realizar mais um marco em sua carreira, sendo confirmado como uma das atrações do Rock In Rio.
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Desde cedo, Kevin já demonstrava um talento para a música. Inspirado pelos artistas que ouvia na comunidade, ele começou a tocar nos bailes locais. Com muito esforço e dedicação, rapidamente conquistou a atenção do público e despontou como um dos nomes mais promissores do funk nacional.
Voz da periferia em destaque
Ainda que seu caminho não tenha sido fácil, principalmente por todo o preconceito que há contra o gênero, o artista vê a arte como uma ferramenta de transformação social.
“Nós crescemos na favela, sabemos que as oportunidades são muito limitadas. Não há muitos caminhos, mas eu me encontrei na música. O funk mudou a minha vida e de muitos outros menores das quebradas. Por isso, é tão importante conquistar cada espaço, ainda que sejam em pequenos passos, a gente está conseguindo chegar lá”, afirma.
Para o cantor, superar tantos obstáculos e hoje poder se apresentar em um palco tão emblemático como o Rock In Rio é mais uma grande realização de um sonho que começou nas vielas.
“Estar nesse cenário de um evento com alcance internacional, dividindo palco com artistas gringos, mostra que estamos no caminho certo, que o funk tá conquistando o seu espaço e que a nosso trampo tem qualidade para ser curtido por geral, pelas pessoas de todas as culturas. Cada conquista é um marco para história do funk e eu fico felizão em saber que posso estar somando pra isso”, diz.
A consagração de um gênero
Além de Kevin, outros artistas da cena do funk subirão ao palco “Favela”, totalmente dedicado ao ritmo musical. Para ele, essa é a consagração de um gênero que vem conquistando cada vez mais espaço e reconhecimento, e que representa a força, a criatividade e a resistência das comunidades.
“Nas quebradas, tem muita coisa acontecendo e o favelado só é visto como criminoso. A galera não olha, mas a gente
tem uma cultura maneira, com música, com muita arte e muita molecada talentosa, buscando oportunidades.
O funk, o rap e os gêneros urbanos representam muito bem isso. A cena está cheia de nomes grandões, que estão mudando a indústria da música e mostrando como é importante dar voz à favela. Acredito que quanto mais lugar a gente alcança, mais conseguimos vencer essas ideias erradas que a galera tem e todo o preconceito. O funk é a nossa luta por igualdade e por reconhecimento”, declara.
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