Brasileira enfrenta condenação e denúncias para libertar filha de cárcere privado na Suíça
Mãe acusa ex-marido de isolar a adolescente em condições precárias enquanto luta para reverter decisão judicial
A luta incansável de Neide da Silva Heiniger, uma brasileira de 49 anos, pela guarda de sua filha Moara, tornou-se um complexo drama jurídico internacional envolvendo disputas de custódia, acusações de sequestro e alegações de maus-tratos. Atualmente vivendo em condições precárias na Suíça, Neide trava uma batalha contra o sistema para proteger sua filha e reconquistar sua convivência com ela.
Neide foi condenada a 34 meses de prisão na Suíça sob a acusação de sequestrar Moara, que foi repatriada ao país europeu em 2022, aos 12 anos, por determinação da Convenção de Haia.
O acordo internacional regula o retorno de crianças retiradas ilegalmente de seus países de residência. Segundo Neide, a decisão ignorou alegações de violência doméstica e sexual por parte do pai da menina, um cidadão suíço com quem Neide foi casada.
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Moara nasceu na Suíça, mas aos 8 anos foi levada por sua mãe para São Luís, no Maranhão, onde viveram até 2022. Contra sua vontade, a adolescente foi obrigada a retornar à Suíça.
“Não me deram permissão para ficar lá”, relatou o padrasto de Moara, Mario Valentino Jr., em entrevista ao portal LeoDias. Durante o primeiro ano, Neide conseguiu realizar visitas supervisionadas à filha a cada 15 dias, mas há 11 meses, após decisão judicial favorável ao pai, as visitas foram completamente suspensas.
Atualmente, Neide vive em um estúdio sem aquecimento em Interlaken, com apoio limitado do governo suíço, enquanto tenta arcar com os custos de sua defesa jurídica.
Ela afirma que Moara vive em condições precárias, sob severas restrições impostas pelo pai, em uma vila isolada. Segundo Neide, a adolescente está em uma espécie de “cárcere privado”, sem acesso a redes sociais e com pouca liberdade.
“Uma menina de 15 anos que não pode falar com a mãe e vive em situação de cárcere privado… Ela não pode fazer nada”, lamenta Neide, emocionada. A mãe relata que Moara estuda em uma escola onde a irmã da madrasta é professora, o que reforça, segundo ela, o controle imposto pelo pai.
Apesar das dificuldades, Neide conseguiu algum apoio legal e um novo apartamento para morar. Contudo, sua luta está longe de terminar. As autoridades suíças continuam a tratá-la com desconfiança devido às inúmeras denúncias feitas pelo ex-marido, que a descreveu como “perigosa”.
O drama de Neide é marcado pelo que ela descreve como falhas no sistema jurídico suíço, que, segundo ela, não tem protegido Moara de possíveis maus-tratos. Além disso, Neide enfrenta dificuldades para estabelecer comunicação com a filha, o que alimenta seu temor de que Moara esteja sendo manipulada e privada de sua liberdade.
A mãe, que busca justiça e a proteção de sua filha, declarou ao portal LeoDias que não desistirá de sua luta, mesmo diante das adversidades. “Eu só quero que minha filha tenha o direito de viver sua vida de forma livre e segura”, concluiu Neide.
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