Em nota, Silvio Almeida diz que pediu sua demissão para “provar inocência”
Almeida, que esteve à frente da Pasta por 1 ano e 8 meses, destacou as conquistas obtidas durante sua gestão, afirmando que o progresso em defesa dos direitos humanos não deve ser prejudicado pelas acusações
O agora ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, revela em nota que pediu sua demissão em meio as acusações de assédio sexual. Almeida justificou seu pedido como uma maneira de garantir liberdade e isenção para as investigações.
Segundo ele, as apurações precisam ser conduzidas com rigor para que as vítimas sejam devidamente acolhidas. “Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”, afirmou o ex-ministro, que também destacou as conquistas alcançadas durante seus 1 ano e 8 meses à frente da Pasta.
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Ele enfatizou que continuará incentivando investigações justas e criteriosas. Em paralelo, o governo também se manifestou oficialmente afirmando que a demissão partiu do presidente Lula. “Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”, publicou o governo.
Nota de Silvio Almeida na íntegra:
Nesta sexta-feira (6), em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua.
Ao longo de 1 ano e 8 meses à frente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, reconstruímos a política de direitos humanos no Brasil. Acumulamos vitórias e conquistas durante essa jornada que jamais serão apagadas.
A luta histórica do povo brasileiro e sua libertação são maiores que as aspirações e necessidades individuais. As conquistas civilizatórias percebidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) correm risco de erosão imediata, o que me obriga a ir ao encontro das lutas pelas quais dediquei minha vida inteira.
Não colocarei em risco o progresso alcançado em defesa do povo invisibilizado, vítima de um massacre ininterrupto, pobre, favelado e à margem do processo civilizatório. A segurança e proteção da mulher, sua emancipação e a valorização das suas subjetividades são a força motriz e a potência reformadora e proeminente que o país precisa.
É preciso combater a violência sexual fortalecendo estratégias compromissadas com um amplo espectro de proteção às vítimas. Critérios de averiguação, meios e modos de apurações transparentes, submetidos a controle social e com efetiva participação do sistema de justiça serão a chave para efetivar políticas de proteção à violência estimulada por padrões heteronormativos.
Em razão da minha luta e dos compromissos que permeiam minha trajetória, declaro que incentivarei indistintamente a realização de criteriosas investigações. Os esforços empreendidos para que tenhamos um país mais justo e igualitário são frutos de lutas coletivas e não podem sucumbir a desejos individuais.
Sou o maior interessado em provar a minha inocência. Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal.
Silvio Almeida
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