Família teme impunidade e exige justiça por morte de jovem em acidente no DF
Parentes lutam para que mudanças no processo não beneficie o autor da colisão e pedem rigor contra a embriaguez ao volante

A família de Assis da Silva Alves, de 24 anos, busca justiça após o jovem ser morto ao ser atingido por um veículo enquanto pilotava sua moto, na manhã do último sábado (14/6), em Brasília. O condutor flagrado no local foi levado ao hospital particular e, apesar de apresentar sinais evidentes de embriaguez, ainda não havia sido submetido ao exame de alcoolemia, o que fez os familiares temerem que ele escape de punição rigorosa. Em resposta, pedem atenção e “visibilidade” para o caso.
O boletim de ocorrência da 20ª Delegacia revela que o motorista, identificado como Ítalo Hanry Souza Costa, de 26 anos, conduzia na contramão, cochilou ao volante e colidiu frontalmente com a moto de Assis, que trafegava na faixa correta. Assis foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ítalo foi detido em flagrante por homicídio culposo e embriaguez ao volante, com prisão preventiva decretada após a audiência.
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Quando os protocolos são ignorados, quem perde é a vítima
Cristovão, irmão de Assis, explica a preocupação da família com o tratamento dado ao autor: “Em um primeiro momento a gente se sentiu desamparado, porque, pela regra, ele tinha que ser levado para o hospital público, né? Para que lá houvesse os devidos exames.”
A confusão sobre o deslocamento de Ítalo ao hospital particular, onde recebeu soro, também preocupa a família. “O delegado foi muito inteligente em não colher material muito tempo depois… um falso negativo… seria muito ruim para a gente”, observa.
A “pressão” que desencadeou a punição
Cristovão destaca que apenas após insistência da família, com apoio jurídico, a prisão foi mantida. “Tivemos que correr muito atrás, na audiência de custódia, para que fosse feito um julgamento justo, pois não é o de praxe. Esse é o nosso apelo, é por visibilidade”, disse.
Ele ressalta que mesmo com bons antecedentes, Ítalo permanece preso, e a justiça considerou os riscos que representa à sociedade.
Sonhos interrompidos, família desamparada
Assis vivia com a mãe, ajudava nas despesas da casa, cursava técnico e tinha planos simples, mas grandes para sua vida. Cristovão relata com emoção: “Meu irmão não conheceu a praia, estava com o sonho de conhecer a chapada… Infelizmente a vida dele foi ceifada dessa forma, tão repentina, tão covarde.”
Ele revela que agora luta por pensão para a mãe e por apoio ao que chama de “conjunto de processos legais” para garantir que o responsável não escape do peso da lei.
Em um cenário de queda, mais uma vida se perde
Em 2024, o Detran‑DF registrou 191 mortes no trânsito — 47 a menos que em 2023 — e em maio deste ano foram 16 vítimas contra 23 no mesmo mês anterior, representando uma queda de 30%. No entanto, apesar das campanhas e fiscalização, o balanço ainda é alto.
A próxima batalha: transformar dor em justiça
A família já confirmou que contará com assistentes de acusação para acompanhar o processo e exige rigor total do Judiciário. Cristovão sintetiza: “A gente está correndo atrás de pensão por morte para a minha mãe, que a justiça seja cumprida. A sensação de impunidade não pode reinar.”
Com o autor preso e o processo em curso, a caminhada por responsabilização segue. Mas a dor da família permanece — e a esperança está em cada fase judicial, cada audiência, cada decisão que possa fazer valer a lembrança de Assis.
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