Serial killer de Goiás diz que “cumpriu missão” ao matar 35 pessoas em 2014
Documento mostra que Tiago Henrique Gomes da Rocha tem Transtorno de Personalidade Antissocial
O laudo psiquiátrico feito por psicólogos e psiquiatras constatou que o serial killer de Goiás, Tiago Henrique Gomes da Rocha, tem Transtorno de Personalidade Antissocial. Para chegarem até essa conclusão, a equipe multidisciplinar demorou três dias nos quais entrevistou o condenado a 700 anos pelo assassinato de 35 pessoas em 2014. Na última segunda-feira (14/10), o assassino em série completou 10 anos de reclusão. O portal LeoDias conta agora o que ele revelou para os médicos.
Segundo o documento que o Metrópoles teve acesso, o serial killer disse: “Eu só segui meu curso, só cumpri minha missão, mano. Eu sou extremamente equilibrado, consigo me controlar, mas fico nervoso várias vezes. (…) Eu tenho ódio da humanidade. Não me culpo por nada que eu fiz”. A “missão” falada por ele se referia a matar pessoas.
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Além disso, Tiago contou que não confia nas pessoas e que fica irritado ao se relacionar com os outros. Apesar disso, ele recebe visita de seus familiares e contou quem são os parentes que ele vê.
“O filho da [nome da mãe dele], meu irmão uai, me visita e minha mãe. Eu tento não transparecer, mas eu não ligo. Eu não estou nem aí para as pessoas. Se eu recebesse a missão [de matar] com relação à minha mãe e ao meu irmão, eu faria. Lá eu converso com os presos, converso na língua deles, que eles entendem. O meu vizinho de cela, talvez, ele seja minha missão também, estou aguardando ordens. Eu sou muito inteligente. Não tenho medo de morrer”, expôs.
Questionado se já tinha feito tratamento psiquiátrico, o condenado fez novas revelações, mostrando desordem de ideias e o que acha de si mesmo, dizendo que ele é de “outro mundo”.
“Só fiz exame que a empresa pedia mesmo. Eu não estou autorizado em falar nisso, tenho uma missão. Vou perder minha recompensa, eu não sou do seu mundo, cara. Eu sou iluminado, muito tempo fazendo essas missões. Antes de você nascer, eu já estava em atividade. Você acha mesmo que eu sou o Tiago? Você não é desse mundo, você não sabe. O que tem aqui dentro é infinito, ainda vou fazer muitas missões. Já fiz muitas. Você é humano, você não entende. A humanidade é louca. Tem vários que tinham missões parecidas com a minha, que são iluminados, Hitler, Stalin, Mussolini. Eu tinha que fazer, só isso. Eu saí pra fazer a missão, era quem eu visse e sentisse. Quando eu vou pra fazer a missão, eu sinto. (…) Eu paro quando eu quero. É um por vez. E missão cumprida.”
O diagnóstico de Transtorno de Personalidade Antissocial e traços de psicopata não faz do paciente uma pessoa com doença metal ou com incapacidade de entender a gravidade do que fez. Ao contrário, os psiquiatras declaram que ele é “inteiramente capaz de entender o caráter ilícito” das coisas.
O exame define que o serial killer é uma pessoa de “altíssima periculosidade” e com tendência natural em reincidir nos mesmo delitos.
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