Com escândalos internos, dá para confiar no Itaú para tomar conta do seu dinheiro?
Demissão de Eduardo Tracanella, ex-diretor de marketing, e processo movido pelo banco contra o ex-CFO Alexsandro Broedel, colocam em xeque a credibilidade da instituição
Um balanço publicado no terceiro trimestre deste ano, o Itaú Unibanco revelou que atende a mais de 99,1 milhões de clientes em todo território nacional. Além disso, a instituição financeira celebrou o lucro de incríveis R$ 10,672 bilhões, sendo assim, uma alta de 6% se comparado ao mesmo período do ano passado.
Números assombrosos para um banco que, internamente, passa longe de demonstrar controle de suas hierarquias internas como os recentes casos da demissão de Eduardo Tracanella, ex-diretor de marketing, e a saída, seguida de processo, de Alexsandro Broedel, ex-CFO.
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Quase metade da população tem uma conta no Itaú. No entanto, será que dá para confiar?
Tracanella, ex-diretor de marketing do banco, foi mandado embora, segundo a versão oficial, por “mau uso do cartão corporativo”.
A grande questão é: como pode um diretor tão renomado, reconhecido por muitos como o principal nome do marketing do país, responsável por administrar um orçamento de R$ 2 bilhões, ser mandado embora por “mau uso de cartão corporativo”?
É certo que algo ainda não foi esclarecido. Ou Tracanella fez algo muito sério (muito mais que usar indevidamente o cartão de crédito da empresa para pagar conta de restaurante com a família, por exemplo) ou incomodou alguém que “não deveria ser incomodado”.
Onde está a transparência? Como é possível confiar em uma empresa que não consegue ser clara e honesta com seus clientes e funcionários sobre a demissão de alguém tão importante, ser responsável por proteger o seu dinheiro?
Sobre Broedel, o Itaú entrou com o processo contra o ex-CFO após o mesmo, supostamente, ter se aproveitado de seu cargo para vender serviços de consultoria de uma empresa da qual é diretor para o próprio banco.
Um banco tão poderoso, centenário, não saber de supostas ligações de seu diretor financeiro com uma empresa de consultoria é, no mínimo, estranho.
O portal LeoDias também já colocou o dedo na ferida ao revelar abusos do banco para com seus próprios funcionários, como no caso de um gerente que ficou gravemente abalado após sequestros em agências bancárias do Itaú e falta de direcionamento a seus colaboradores.
Tudo vai levando a crer em uma coisa: não, o Itaú não é feito pra você e tampouco de futuro. E se há uma coisa do qual o banco da família Moreira Salles é feito é falta de transparência.
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