Entenda a crise migratória e as tensões políticas que acontecem na Califórnia
Governador do país declarou guerra ao uso militar de Trump em protestos migratórios; presidente respondeu com ameaças legais

A Califórnia vive um momento de grande tensão política após protestos contra ações de agentes de imigração em locais de trabalho em Los Angeles, capital do estado. O governador Gavin Newsom, democrata, acusou o governo Trump de violar a Constituição ao enviar tropas federais sem consultar o estado. Já Donald Trump ataca o governador do estado norte-americano, o chamando de “Newscum” (um trocadilho com seu sobrenome, o chamando de “escória”), e sugeriu inclusive sua prisão nesta segunda-feira (9/6).
Quem é Gavin Newsom?
O governador da Califórnia começou seu mandato em 2019, e é considerado um dos principais nomes do Partido Democrata. Além disso, Newsom já foi prefeito de São Francisco.
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Conhecido por seu posicionamento progressista e comunicação incisiva, é apontado como um dos possíveis candidatos democratas à presidência em 2028. Recentemente, ele se destacou no cenário nacional por confrontar diretamente ações conservadoras e por seu podcast, onde convida vozes de diferentes espectros políticos, buscando ampliar o alcance de seu discurso.
Conflito com Trump na crise migratória
O estopim da crise foi uma série de operações do ICE (agência federal de imigração) em Los Angeles e no interior do estado, resultando na detenção de centenas de imigrantes sem documentação. As ações geraram protestos em várias cidades californianas, com milhares de pessoas indo às ruas contra o que chamam de “criminalização da imigração”.
Como resposta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o envio de cerca de 2 mil soldados da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais para conter os protestos, sem qualquer consulta prévia ao governo estadual. A medida foi criticada duramente por Newsom, que classificou a atitude como “autoritária” e um desrespeito à soberania dos estados.
Reação de Newsom
Newsom criticou fortemente o uso de forças armadas como “autoritarismo” e anunciou uma ação judicial contra o governo federal, alegando violação da 10ª Emenda da Constituição dos EUA, que assegura autonomia aos estados.
Ele também advogou por protestos pacíficos, mas declarou que a medida militar representa um “passo claro rumo ao autoritarismo”, afirmando que Trump “está tentando transformar o país em uma zona de guerra civil simbólica”.
Além da ação na Justiça, o governador pediu calma aos manifestantes, mas reafirmou o direito de protesto pacífico. “A Califórnia não aceitará tropas nas ruas para calar a democracia”, disse em coletiva de imprensa.
Trump revida com agressividade
Com seu estilo combativo, Donald Trump respondeu com ataques pessoais, chamando o governador de “Newscum” em postagens nas redes sociais.
Ele ainda sugeriu que Gavin Newsom deveria ser preso por “obstrução de autoridade federal” e ameaçou invocar a Lei da Insurreição de 1807, que permite o uso do Exército em território nacional sem o aval dos estados.
Trump também comparou os protestos na Califórnia com os atos de 6 de janeiro em Washington, dizendo que “a esquerda radical está fora de controle”.
Repercussão nacional
A crise na Califórnia ganhou repercussão nacional. Outros governadores democratas, como os de Nova York, Illinois e Michigan demonstraram apoio a Newsom e prometeram resistência a possíveis ações semelhantes em seus estados. Líderes democratas no Congresso também saíram em defesa do governador, acusando Trump de querer “governar pela força”.
Enquanto isso, aliados de Trump comemoram a ação como uma “retomada da ordem” e um “teste de força” necessário para um possível retorno do ex-presidente à Casa Branca em 2025.
Segundo especialistas, a disputa entre Newsom e Trump transcende a questão migratória. Representa um embate direto entre dois projetos de país: de um lado, uma Califórnia multicultural, progressista e defensora dos direitos civis; do outro, uma visão nacionalista e de ordem defendida pelo ex-presidente.
A forma como esse confronto se desenrolará poderá ter impacto direto nas eleições presidenciais de 2028.
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