Débito de R$ 81 mil na faculdade: mulher endivida família com “sonho” de ser médica

“Eu preciso da sua ajuda para me formar em medicina“: Para quem consome vídeos no Tik Tok diariamente, esta frase muito provavelmente apareceu algumas vezes. Thaís Ferreira, de 33 anos de idade, é nutricionista formada, e está no 10º período da faculdade de medicina. No entanto, há um grande problema: entre mensalidades não pagas, a mulher já acumula mais de R$ 81 mil em débitos com sua universidade. Com isso, desde o final de 2024, a estudante abriu uma campanha nas redes sociais para ajudar a quitar os valores. O fato viralizou nas redes sociais por conta de alguns dos relatos da mulher: grande parte do sua família contraiu dívidas para que pudesse pagar algumas das mensalidades da faculdade.

Mesmo formada em nutrição e tendo trabalhado durante vários anos na área, em vários de seus vídeos Thaís relata que seu sonho sempre foi atuar como médica em hospitais públicos. Com isso, em 2020, a mulher resolveu ir atrás dele se matriculou em curso em uma universidade localizada próxima a sua cidade, Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Na época, a mãe da estudante resolveu ajudá-la e se comprometeu a contrair empréstimos para bancar a, até então, mensalidade de pouco mais de R$ 8 mil, que já era “salgada”, para as contas da família.

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Thaís Ferreira endividou ela e a família em mais de R$ 81 mil / Montagem:Reprodução

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Ainda assim, Thaís acreditava que ao longo dos anos, com a renda oriunda de dois restaurantes que sua família possuía, mais empréstimos contraídos pela mãe, seria possível concluir o curso de medicina sem grandes prejuízos financeiros.

“A mensalidade de medicina é bem cara e quem paga as minhas contas é a minha mãe. Quando eu entrei na faculdade, a mensalidade era de R$ 8,3 mil e ela já não tinha esse dinheiro, mas a gente foi fazendo empréstimo”, revelou Thaís em um dos vídeos.

No entanto, algo não estava nos planos: a pandemia de Covid-19. Com as paralisações no comércio, a família sentiu o “baque” e acabou tendo de fechar um dos restaurantes. Com isso, a mãe precisou contrair mais e mais empréstimos para deixar as contas de casa em dia. No entanto, ainda assim, Thaís optou por continuar estudando medicina, com aval de sua mãe.

Ao longo dos anos, uma dívida foi sendo formada, e Thaís foi solicitando ajuda a mais e mais familiares. Uma tia pegou parte da previdência privada para ajudar a manter o sonho da estudante vivo, sua vó vendeu imóveis e repassou parte da renda para ela. Mas, ainda assim, com os reajustes anuais das mensalidades, a dívida foi crescendo mais e mais, até chegar no patamar de R$ 81 mil.

Segundo Thaís, atualmente, o valor em aberto corresponde a cinco parcelas da faculdade de medicina (no patamar de R$ 11,2 mil) além de um outro valor de um acordo não pago. Com ela e a família afundadas em dívidas, a jovem apelou às redes sociais e abriu uma vaquinha online para ajudar a arrecadar R$ 51 mil para pagar parte da dívida. Além disso, a estudante começou a vender brigadeiros na região onde vive no interior de São Paulo para quitar a dívida.

Controvérsias e críticas na web

Apesar de ter atraído muito apoio, Thaís Ferreira também atraiu uma onda de críticas na web. Internautas acusam a estudante de não ter empatia com a saúde financeira da família. Thaís também atraiu questionamentos, como o por quê de não  ter voltado a atender como nutricionista para arrecadar parte do valor da dívida. Em resposta, a mulher afirmou que com a rotina de estudos, não consegue arranjar tempo para realizar consultas, uma vez que é criteriosa no atendimento de seus clientes.

A mais recente polêmica foi e relação sobre o pagamento da festa de formatura do curso de medicina que está sendo quitada pelo pai da mulher. Em um vídeo publicado no Tik Tok, Thaís afirma que a mensalidade está na casa de 200 reais e paga por seu pai. Ela afirma que por mais que seja uma quantia que poderia ajudar na quitação do débito, o valor representaria muito pouco. Thaís também defende que é “necessário comemorar as conquistas”, por mais que esteja bem longe de conseguir se formar.