Assombração dos artistas, o fanatismo é ou não uma doença? Especialista faz o alerta
A reportagem do Portal LeoDias conversou com a psicóloga comportamental, Dra. Rejane Sbrissa, para entender se a obsessão de fãs por seus ídolos pode ocasionar situações danosas para a saúde e na esfera criminal
Três casos recentes de perseguição e obsessão de fãs chamaram a atenção do público a partir do portal LeoDias, quando as atrizes Débora Falabella, Paolla Oliveira e Patricia De Sabrit tiveram que tomar medidas drásticas contra pessoas que passaram a invadir criminalmente suas vidas.
Visto isso, nossa reportagem conversou com a psicóloga comportamental, Dra. Rejane Sbrissa, para entender se fanatismo pode ser considerado doença e quais os níveis pode chegar na esfera criminal, além do impacto na saúde mental do autor, e claro, da vítima.
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Sbrissa explica que a obsessão, o fanatismo em si, não é uma doença mental, mas pode levar a um distúrbio psiquiátrico se gerar prejuízos na vida social, familiar, afetiva e profissional da pessoa.
“Pode evoluir pra um tipo de psicose, onde a realidade fica em segundo plano. A pessoa só vê a história que criou em sua mente sobre a pessoa, grupo ou situação. A pessoa perde total ou parcialmente o senso crítico causando prejuízos em sua vida”, alertou ela.
Mas afinal, o que leva uma pessoa a idolatrar a outra? Existem estágios para esse tipo de comportamento?
“A idolatria é a idealização de alguém ou alguma coisa, situação. Nessa idealização a pessoa que idolatra não vê defeitos, só a perfeição criada na mente dela. Primeiramente, há a identificação da pessoa com seu objeto de idolatria, ela vê no outro a perfeição que gostaria em alguma pessoa ou situação, as virtudes ou características de tudo que ela quer ter ou ser”, explica.
“Essa admiração vai tomando conta da sua vida, ela vai perdendo o senso crítico, vê só perfeição e este sentimento vai aumentando até causar prejuízos a vida dela e, muitas vezes, na vida de quem é idolatrado.”
Para identificar comportamentos obsessivos ou de idolatria, a especialista informa que essas pessoas não admitem serem confrontadas sob o que pensam a respeito de quem ou do que são fanáticas.
“Elas respondem com comportamentos agressivos, tem dificuldade em ouvir outras opiniões, pensamentos dicotômicos, ou seja, veem o que pensa diferente como inimigo, apresentam distorções cognitivas, só o que eles pensam e sentem é a verdade”, esclarece Rejane Sbrissa.
A pessoa que se sente perseguida, pressionada ou assediada por alguém, seja na vida cotidiana ou no virtual, ela tende a sofrer danos psicológicos.
“A vítima normalmente vai percebendo que essa expressão de ‘amor’ está fora da normalidade. Começa muitas vezes a se sentir culpada, onde foi que ela pode ter causado isso em outra pessoa; com medo, criando ansiedade que pode se tornar patológica, se sentir acuada sempre…O que ela pode fazer é buscar ajuda profissional de um psicólogo e, caso necessário, auxílio de autoridades policiais. Denunciar o caso às autoridades competentes”, concluiu.
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