Gravidez saudável exige atenção às emoções e ao sono, dizem especialistas
No Dia da Gestante, especialistas lembram que o período demanda cuidados que vão muito além do pré-natal básico
O Dia da Gestante, celebrado nesta sexta-feira (15/8), é a oportunidade ideal para reforçar a importância dos cuidados com a saúde da mulher durante a gravidez. Nesse período, a futura mamãe passa por mudanças físicas e emocionais que exigem atenção especial, garantindo bem-estar tanto para ela quanto para o bebê.
Em 2025, nomes como Camila Queiroz, Mariana Rios, Rafa Kalimann e Jade Barbosa compartilham com o público a experiência da gestação. No cenário internacional, Rihanna também aguarda a chegada do seu bebê. Por trás das fotos encantadoras e anúncios emocionantes, especialistas lembram que a gravidez exige cuidados que vão muito além do pré-natal básico.
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O pneumologista Gleison Guimarães, especialista em sono, reforça que o descanso adequado é um dos pilares da saúde materna e fetal. Segundo ele, alterações hormonais, físicas e emocionais influenciam fortemente o sono durante a gestação. “O aumento da progesterona, mudanças posturais, metabolismo acelerado e ganho de peso podem causar desconforto, dificultando encontrar uma posição confortável e fragmentando o sono. Além disso, a gestante fica mais suscetível a despertares por refluxo, câimbras, aumento da frequência urinária e, em alguns casos, roncos e apneia do sono”, explica.
O médico alerta ainda para os efeitos da privação de sono: “Sonolência diurna, desânimo, irritabilidade, alterações de humor, prejuízo de memória e impacto negativo na imunidade e no sistema endócrino. Esses efeitos comprometem a concentração, reduzem a energia e afetam os relacionamentos. Cuidar do sono na gestação é essencial para a saúde e qualidade de vida da mãe e do bebê”.
Estudos indicam que tanto a privação crônica de sono quanto a apneia obstrutiva do sono (AOS) estão associadas a maior risco de pré-eclâmpsia. Pesquisas publicadas em Sleep Health (2021) e no Journal of Clinical Sleep Medicine (2018) mostram que gestantes que dormem menos de cinco ou seis horas por noite, no segundo e terceiro trimestres, têm risco aumentado de hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia. Uma meta-análise do American Journal of Obstetrics & Gynecology (2022) apontou que a apneia do sono durante a gestação eleva em 2 a 3 vezes o risco da condição.
Entre as recomendações do médico estão manter horários regulares de sono, evitar refeições pesadas à noite, praticar técnicas de relaxamento e, quando possível, realizar cochilos curtos durante o dia.
Saúde mental das gestantes merece atenção igual à saúde física
A psicóloga Anastácia Barbosa reforça que a saúde mental das gestantes merece atenção igual à saúde física. “A gravidez é um turbilhão de emoções. Oscilações de humor, inseguranças e medos são comuns, mas quando sentimentos como tristeza profunda ou ansiedade intensa se tornam persistentes, é preciso buscar apoio. O cuidado psicológico nessa fase reduz o risco de depressão pós-parto e fortalece o vínculo entre mãe e bebê”, afirma. Ela recomenda atividades prazerosas, manter uma rede de apoio e conversar com profissionais de saúde sobre dificuldades emocionais.
No campo das dores físicas, o médico intensivista Felipe Brambilla, especialista em dor, alerta que cefaleias não devem ser ignoradas. “Nem toda dor de cabeça é inofensiva. Se for intensa, contínua ou diferente do padrão habitual, deve ser investigada imediatamente, pois pode indicar pré-eclâmpsia ou outras complicações graves”, explica.
Ele lembra que a pré-eclâmpsia afeta de 5% a 8% das gestações no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O tratamento deve priorizar medidas seguras, como hidratação, controle do estresse, sono adequado e técnicas não medicamentosas, incluindo acupuntura e fisioterapia.
Importância da autoestima
No pós-parto, a atenção continua. Agosto, conhecido como “Agosto Dourado” pelo incentivo à amamentação, também abre espaço para discutir o bem-estar materno. A biomédica esteta Elisangela Ribeiro destaca a importância da autoestima.
“No puerpério, o corpo passa por mudanças intensas. Cuidar da aparência e do conforto físico não é vaidade, é autocuidado. Procedimentos seguros, como drenagem linfática, tratamentos para melasma, rejuvenescimento íntimo e, após liberação médica, bioestimuladores de colágeno, podem auxiliar na recuperação física e emocional”, explica.
Seja cuidando do sono, da saúde mental, da prevenção de complicações ou da autoestima, os especialistas concordam: a gestação é um período que pede atenção integral à mulher. “A melhor forma de cuidar do bebê é começar cuidando da mãe — e isso significa olhar para ela de forma completa, respeitando seu corpo, suas emoções e seus limites”, conclui a psicóloga Anastácia Barbosa.
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