Homem morre após tomar remédio para disfunção erétil; especialista explica os riscos
O homem de 66 anos era usuário de marca-passo
Um homem de 66 anos, usuário de marca-passo, morreu na última quinta-feira (01/5) após usar remédio para disfunção erétil, em São Pedro da Cipa, no estado do Mato Grosso. Ele sofreu um mal súbito enquanto dançava em uma festa.
O portal LeoDias conversou com a Dra. Eline Lôbo, médica especialista em Clínica Médica e Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, para entender os riscos que o uso de tais remédios podem causar.
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Ela afirma que usuários de marca-passo podem usar tais medicamentos, porém precisam consultar um médico: “Pacientes com marca-passo podem, sim, fazer uso de medicamentos para disfunção erétil, como o citrato de sildenafila (Viagra) ou o tadalafila (Cialis), mas isso deve ser feito com orientação médica. O principal risco está relacionado ao efeito vasodilatador desses medicamentos, que pode causar queda de pressão arterial. Em indivíduos com alterações cardíacas mais complexas ou instáveis, essa hipotensão pode levar a sintomas como tontura, desmaios ou até arritmias. O marca-passo em si não contraindica o uso, mas é essencial avaliar o estado geral do coração”.
Eline explica que outros fatores podem fazer os remédios causarem efeitos colaterais: “Pessoas com doenças cardiovasculares, insuficiência hepática ou renal, hipotensão crônica, retinopatia, ou que sofreram recentemente um infarto ou AVC, devem ter cautela. Além disso, pacientes que fazem uso de certos medicamentos — como nitratos para dor no peito — não devem usar remédios para disfunção erétil, pois a combinação pode causar queda grave da pressão arterial. Também é importante avaliar o risco em pessoas com deformidades anatômicas do pênis, distúrbios de coagulação ou histórico de priapismo”.
Alguns remédios não podem ser tomados ao mesmo tempo que sildenafila e tadalafila: “A principal contraindicação são os nitratos, como a nitroglicerina ou o mononitrato de isossorbida, usados por pacientes com angina ou insuficiência cardíaca. A combinação pode causar hipotensão severa e até risco de morte. Além disso, certos medicamentos anti-hipertensivos e bloqueadores alfa, usados para tratar pressão alta ou problemas de próstata, podem potencializar os efeitos vasodilatadores e exigir ajustes na dosagem. Sempre é preciso revisar todos os medicamentos em uso antes de prescrever um tratamento para disfunção erétil”.
Qualquer pessoa pode ter efeitos colaterais com remédios para disfunção erétil: “Mesmo pessoas sem doenças cardíacas podem apresentar efeitos adversos, como dor de cabeça, rubor facial, distúrbios visuais, congestão nasal e, em casos raros, priapismo (ereção prolongada e dolorosa). Por isso, é fundamental que esses medicamentos sejam prescritos com avaliação médica individualizada, considerando histórico clínico, exames laboratoriais e cardiovasculares, além da presença de comorbidades”.
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