Simples e pouco invasivo: médicos tranquilizam sobre nova cirurgia de Lula
Presidente passará por uma embolização das artérias meníngeas para evitar sangramentos na cabeça
O presidente Luís Inácio Lula da Silva fará uma nova cirurgia nesta quinta-feira (12/12) para evitar novos sangramentos na cabeça desde a internação no começo deste semana. Lula será submetido a uma embolização das artérias meníngeas. Apesar do nome complicado, médicos ouvidos pelo portal LeoDias afirmam que se trata de um procedimento simples.
As artérias meníngeas são responsáveis por irrigar as meninges (membranas que revestem o sistema nervoso central). Essa técnica é amplamente utilizada no tratamento de hematomas subdurais crônicos, que ocorrem devido ao acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio. Durante o procedimento, um cateter é utilizado para injetar um material parecido com uma cola que obstrui a artéria, interrompendo o fluxo de sangue no local.
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Segundo Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, não é necessário se preocupar quanto à complexidade da operação. “É um procedimento muito simples, com risco bem baixo. É mais tranquilo do que a drenagem do hematoma, que Lula foi submetido no início da semana”, afirma o especialista.
Apesar do sangramento ocorrer na cabeça, não ocorre no cérebro exatamente. É o que diz o neurointervencionista do Hospital Moriah, João Miguel. “Não é um hematoma que está dentro do cérebro, ele está abaixo da dura-mater e acima do cérebro. Portanto intra-craniano subdural, mas extracerebral”, analisa.
O pós-operatório costuma ser simples também. De acordo com os especialistas, de 24 a 48 horas após já está recuperado. Voltar a trabalhar? Eles estimam por volta de 15 dias, levando em consideração as outras intervenções que Lula fez esta semana.
O maior ponto de atenção é por onde o cateter entrou no corpo do presidente, que pode ser pelo braço ou pela virilha. ” A recuperação é muito tranquila. Normalmente a gente preocupa mais com o local de punção arterial. Estes são os cuidados pós-operatórios, basicamente. Porque da parte cerebral praticamente não tem nenhum sintoma, não dói e não tem sequelas”, afirma Victor Hugo.
Já a chance do presidente voltar a ter complicações no local é baixa também, mesmo tendo 79 anos de idade. “A gente tem aí uma chance menor que 5% de recorrência. Ou seja existem um bom prognóstico. Acho que a gente pode ser confiante com uma boa recuperação”, conclui João Miguel.
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