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Da fome à carreira internacional: conheça o ortopedista especializado em robótica Rodrigo Lima

Ele foi o primeiro a realizar uma cirurgia de coluna com robótica na América Latina

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Com a falta de investimento no ensino público, vários jovens se formam sem saberem exatamente que carreira devem seguir e o que devem fazer para alcançar seus sonhos. Essa também poderia ter sido a história de Rodrigo Lima, mas como o próprio médico ortopedista contou ao portal LeoDias, seu destino foi diferente. Atualmente, o responsável pela primeira cirurgia robótica de coluna na América Latina luta para transformar a vida de pessoas como ele.

Desde criança, a vida de Rodrigo e de sua família não foi nada fácil. Os pais se mudaram da Bahia para uma cidade pequena de Brasília e não tinham boas condições financeiras. Nos primeiros anos de vida de Lima eles chegaram a passar fome e receber ajuda de vizinhos para ter o que comer.

Mas seus pais nunca desistiram de dar um futuro promissor aos filhos e deixaram claro que todos deveriam se formar em uma faculdade. “Meu pai, apesar de não ter tido estudo e ser de origem muito humilde, prezava muito os estudos e dizia que filho dele tinha que ter uma profissão, tinha que ser formado, com curso superior”, contou o médico.

A escolha pela medicina, aliás, ocorreu de forma natural para Rodrigo, que enfrentou certa resistência dos parentes, que achavam pouco palpável alguém “como eles” ter uma formação tão importante e cara. Ao todo, o então estudante passou um ano com a cara nos livros estudando com bolsa em um cursinho pré-vestibular, das 7h à meia-noite, até finalmente ser aceito em uma universidade pública, tudo graças ao dinheiro que o pai conseguiu juntar para ajudá-lo.

“Também passei em outras três universidades federais, mas escolhi ficar em Brasília mesmo que era mais fácil a logística. Depois foi outra jornada, porque você entra em um universo totalmente diferente do seu, cultura, família. Fui me dedicando naquele sonho de sempre querer vencer”, relembrou.

Mas Rodrigo conta com pesar que um baque aconteceria em sua vida apenas um mês antes de sua formatura. Uma van com 10 de seus parentes voltava do enterro de um tio-avô dele, quando o veículo se envolveu num acidente. Infelizmente todos morreram na hora, incluindo o seu pai: “Foi aquele choque, o mundo desabou. Só que você tem que juntar forças e seguir, então eu canalizei forças pra fazer o melhor por ele.”

Ortopedia e robótica

Logo que acabou a faculdade, o médico resolveu continuar focado nos estudos e decidiu se formar como ortopedista no Hospital de Base de Brasília. Ele seguiu sua trajetória em Belo Horizonte, onde estudou cirurgia de coluna por dois anos, mas para ele ainda não era o suficiente.

Em 2017, o profissional passou uma temporada de seis meses em Los Angeles se especializando em técnicas percutâneas em cirurgia de coluna, na área da robótica. A novidade no mundo todo era ainda mais desconhecida no Brasil e foi peça-chave para alavancar a carreira dele, que atualmente tem reconhecimento internacional.

A ideia de implementar as técnicas “lá de fora” no Brasil avançaram ao ponto de Rodrigo ser o responsável pela primeira cirurgia na coluna feita com robótica na América Latina, realizada em outubro do ano passado.

Para isso, ele foi até a Alemanha conhecer a fábrica dos materiais e ver de perto como tudo funcionava para aplicar as técnicas da melhor maneira possível.

“Eu vi que é algo muito palpável, não é nada de outro mundo, dá pra levar isso pra população, essa foi sempre a minha ideia. Antigamente você tinha um delay, demorava 5 a 10 anos para a novidade chegar ao Brasil. Mas hoje a cirurgia que você faria lá, já pode ser feita aqui. Eu me encantei pela robótica porque é a evolução, o caminho, onde tudo vai parar. Hoje eu defendo muito essa ideia porque é palpável e revolucionária”, analisou o especialista.

Atualmente, a clínica de Rodrigo Lima em Brasília recebe médicos de todo o mundo que buscam estudar e ver de perto o funcionamento da robótica dentro da cirurgia.

Como mais uma prova de suas conquistas, o médico foi chamado para ser professor no Brasil da AO Spine, a principal comunidade acadêmica global para educação e pesquisa em cuidados com a coluna. Ele é o único representante da organização em Brasília.

Além disso, ele também foi condecorado com o prêmio de técnicas cirúrgicas e robóticas no congresso de ortopedia e traumatologia em novembro deste ano, como vídeo e técnica mais assistida em todo o evento.

Ao pensar no seu futuro, Rodrigo diz que sua maior intenção profissional é tornar as cirurgias mais acessíveis no país, para que as pessoas realmente não precisem buscar ajuda tão longe de casa.

Já no âmbito pessoal, Lima reforçou a ideia da sua criança interior, que veio de um lugar sem muitas perspectivas, mas que conquistou grande sucesso na vida: “Às vezes eu vou nas escolas pra falar, porque tem aquele estigma: você tá numa escola de 2° grau, pública, você tem um ‘limite’, você não pode passar daquela barreira e você cresce com aquilo. Então você acaba o ensino médio sem sonhos, desiludido. Mas a minha história serve pra mostrar que nada tem limites, você pode ser o que você quiser, na verdade. Quero fazer mais isso em 2024”.

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