Bolsonaro admite estragos da tarifa de Trump contra o Brasil, mas prioriza anistia
Em tom mais moderado, ex-presidente reconhece prejuízos da tarifa imposta por Trump e cita anistia como saída para impasse

Pela primeira vez desde o início da crise envolvendo a nova tarifa de importação dos Estados Unidos declarada por Donald Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) admitiu que a medida trará impactos negativos à economia brasileira. A manifestação foi feita por meio de suas redes sociais, neste domingo (13/7), em tom diferente do adotado até aqui por seus aliados. No entanto, o político ainda mantém a anistia como principal bandeira para pacificar a questão.
“Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%”, declarou o ex-presidente, referindo-se ao aumento imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros.
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A fala de Bolsonaro ocorre após seus filhos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, já terem defendido publicamente que uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e nos episódios investigados de 2022 poderia contribuir para a reversão da decisão americana. Ambos vêm argumentando que a estabilidade política interna ajudaria a reduzir a tensão com Washington, assim como a esposa do político, Michelle, também afirmou em carta endereçada ao presidente Lula neste fim de semana.
Na publicação, o ex-presidente endossou essa linha de raciocínio. “A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes, nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia, também a paz para a economia”, escreveu.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro vinham tentando apresentá-lo como interlocutor junto ao governo norte-americano. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), chegou a solicitar ao Supremo Tribunal Federal autorização para que o ex-presidente pudesse viajar aos EUA com essa finalidade. Até o momento, o pedido não foi atendido, segundo a colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Donald Trump, ao justificar a medida comercial em carta oficial, não mencionou fatores econômicos. O documento cita, de forma direta, o inquérito que apura a tentativa de impedir a posse do presidente Lula em janeiro de 2023. Bolsonaro é réu nesse processo.
Ao final de sua publicação, o ex-presidente afirmou que a sobretaxa tem “muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia”. Já seus filhos reforçaram, nos últimos dias, o apelo por uma “anistia ampla, geral e irrestrita” como forma de encerrar a instabilidade institucional.
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