Atriz de Emília Pérez pode ser desclassificada? Saiba histórico do Oscar
Em acusação feita contra Fernanda Torres, Karla Sofía Gascón teria desrespeitado regra de divulgação do Oscar
Os bastidores do Oscar estão borbulhando após a grave acusação feita por Karla Sofía Gascón, protagonista de Emília Pérez, contra Fernanda Torres e a equipe de Ainda Estou Aqui. Em entrevista a Folha de São Paulo, a atriz acusou a equipe que está no entorno da brasileira de promover ataques contra o filme francês. A fala teria descumprido um dos regulamentos de divulgação do Oscar e poderia gerar a desclassificação de Gascón. O portal LeoDias foi atrás de entender qual costuma ser a postura da Academia frente a situações como essa.
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Qual regra pode punir Gascón?
A regra que Gascón teria descumprido seria a de pessoas envolvidas com filmes indicados não devem “declarar decisões, preferências ou estratégias, compartilhar informações enganosas, negativas ou fazer referência se um filme atende ou não aos padrões da premiação durante a campanha pelo prêmio”. Como punição está descrito que “membros da Academia que violem este regulamento estão submetidos a um ano de suspensão de sua adesão para quem violar as regras pela primeira vez, e expulsão para violações subsequentes”.
No entanto, segundo a Rolling Stone, as falas de Karla Sofía Gascón chegaram a membros da junta de governadores da Academia, responsáveis por aplicar punições, e a atriz não corre risco de sofrer punição uma vez que, segundo as fontes do veículo, “nada depreciativo foi dito sobre o filme ou sobre atuação”.
Atriz quase foi desclassificada em 2023
Não há no histórico da Academia um caso que tenha gerado a expulsão ou suspensão de uma atriz por descumprir regras. No entanto, em 2023, Andrea Riseborough, indicada ao prêmio de melhor atriz principal por sua atuação em “To Leslie”, foi investigada pela Academia por romper um regulamento de “entrar em contato com os membros da Academia diretamente e de maneira fora do escopo das regras para promover um filme ou uma conquista para a consideração do Oscar”. Riseborough fez campanha ao lado de atrizes membras da academia em jantares como Courteney Cox, Gwyneth Paltrow, Jennifer Aniston, Demi Moore. A atriz e a produção do longa também foram investigados por “promover competição” com outras artistas e filmes indicados.
Riseborough e a produção do filme foram investigados por uma publicação feita na página oficial do longa em que um trecho escrito por um crítico de cinema, membro foi destacada: “Por mais que eu admire o trabalho de Blanchett em Tár, minha atuação feminina favorita este ano foi interpretada pela camaleônica Andrea Riseborough no drama pungente do diretor Michael Morris sobre uma mãe na encruzilhada final em sua vida depois que ela perdeu tudo devido à bebida. Com um roteiro perspicaz de Ryan Binaco e excelente trabalho coadjuvante de Marc Maron, Andre Royo, Allison Janney, Stephen Root, To Leslie está ao lado de Leaving Las Vegas e Crazy Heart como clássicos modernos sobre os estragos do alcoolismo”.
Apesar da Academia ter aberto investigação contra a atriz, foi constatado que a publicação não descumpria regras estabelecidas e Risoborough acabou por concorrer ao prêmio. No entanto, acabou superada por Michelle Yeoh, com “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”.
Artistas já foram punidos e até banidos pelo Oscar
Punições e até banimentos não são novidade na premiação organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Uma longa lista de artistas renomados já sofreram punições severas no Oscar.
O caso mais recente, em 2022, envolveu Will Smith, que acabou banido de participar de qualquer evento da Academia por 10 anos após dar um tapa no rosto de Chris Rock durante a premiação.
Antes do ator, em 2004, a atriz Carmine Caridi se tornou a primeira a ser banida permanentemente da cerimônia por distribuir ilegalmente fitas de filmes que ainda seriam lançados para seu amigo Russel Sprauge.
Richard Gere recebeu uma punição severa de 20 anos de banimento por desrespeitar o protocolo da cerimônia em 1993, durante a divulgação do prêmio de Melhor Direção de Arte, para denunciar conflitos provocados pela China na região do Tibete. O ator se manifestou por ser budista praticante.
O renomado diretor Roman Polanski foi banido permanentemente da Academia em 2018 após ser condenado por pedofilia.
Outros nomes fortes também foram banidos do Oscar por crimes sexuais como o caso do produtor Harvey Weinstein, em 2017, o ator Bill Cosby, em 2018, e o diretor de fotografia Adam Kimmel.
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