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Fazenda de Terra e Paixão acumula dívida milionária e denúncias de crimes ambientais

O Ministério Público entrou em ação, pois as infrações são tantas que chegam à fronteira com o Paraguai

24/01/2024 às 18:50

Uma fazenda que foi cenário para a história de Terra e Paixão, novela recém-finalizada na Globo, está envolvida em um grande escândalo de crimes ambientais e sonegação de impostos federais que somam mais de R$ 79 milhões de reais. A propriedade situada em Deadópolis, no Mato Grosso do Sul, é uma das joias do império agropecuário de Aurélio Rocha. São 3.808 hectares de áreas desmatadas em imóveis ligados à empresa Valor, além de uma série de denúncias por uso intenso de agrotóxicos. O Ministério Público entrou em ação, pois as infrações são tantas que chegam até a fronteira com o Paraguai. 

A Fazenda Annalu, como é conhecida, rebatizada na novela de Walcyr Carrasco como Fazenda La Selva, está registrada no nome de Aurélio Rolim Rocha, filho do empresário. Para se ter ideia, somente ela ocupa 50 mil hectares controlados pelo Grupo Valor, que hoje é a maior empresa de plantio e comercialização de soja e milho do Mato Grosso do Sul. A soma equivale a mais da metade da área total do município.

Uma reportagem do observatório De Olho nos Ruralistas, disponível também no YouTube, traz ao conhecimento público que, para a criação de peixes, dezenas de drenos foram construídos em um córrego na região do Rio Dourados, pertencente à bacia hidrográfica do Rio Paraná, e que foi completamente alterado, sem permissão, para a implantação do projeto. 

Visto isso, a fazenda que serviu de inspiração para a trama da Globo foi alvo de uma Ação Civil Pública, movida pelo MPMS por conta dos danos ambientais gerados pela instalação de drenos irregulares. Chuvas de agrotóxico para a monocultura de grãos ainda são utilizadas nos trabalhos, o que acarretou inúmeros problemas, como o impacto nas vilas agrícolas ao redor. 

Antes do início das gravações de terra e Paixão, o Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul emitiu um TAC para a solução das irregularidades no imóvel, contudo, quase dois anos depois, segundo a reportagem, pouco foi feito. 

Aurélio Rocha e o empresário Roberto Ferreira foram denunciados em 2005 por terem sonegado pelo menos R$ 79 milhões em impostos federais. Como o julgamento não ocorreu, os crimes prescreveram e o caso foi arquivado. Na época, a Receita Federal constatou que a movimentação financeira era incompatível com os valores declarados a partir de 2003. Na ocasião, pai e irmão de Aurélio, também foram investigados.

Ao site Notícias da TV, o Grupo Valor enviou a seguinte nota! 

“O Grupo Valor informa, em relação às irregularidades imputadas às atividades desenvolvidas na Fazenda Annalu, localizada em Deodápolis (MS), que cumpre rigorosa e pontualmente os compromissos firmados no Termo de Ajustamento de Conduta – TAC assinado em março de 2022 com o Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul – MPMS.

Foram concluídos diversos dos compromissos ajustados, principalmente, a contínua implementação do projeto de restauração de áreas da Fazenda Annalu nos prazos acordados com o MPMS e a obtenção das licenças, parte já deferidas e outras ainda em fase de emissão pelas autoridades competentes.

As alegações de utilização de agrotóxicos de forma indiscriminada e danosa, é incorreta, tendo sido finalizadas a implementação das exigências formuladas pelas autoridades e cumpridas as determinações fixadas no TAC.

As atividades de psicultura realizadas na Fazenda Annalu estão em total observância à legislação vigente, principalmente as questões ambientais e relacionadas a captação de recursos hídricos do Rio Dourados e demais córregos da região.

É importante salientar que, após uma interrupção operacional de 10 anos entre 2010 e 2020, a atividade de psicultura foi retomada com a tempestiva renovação da autorização junto ao Imasul e obtenção da respectiva Licença Operacional, que se encontra em vigor e autoriza a atividade na propriedade.

O Grupo Valor reitera seu compromisso com a observância das normas aplicáveis e com o desenvolvimento de suas atividades alinhadas com as melhores práticas de desempenho ambiental e social, sempre com especial atenção em promover impactos positivos nas comunidades locais.”

Veja as fotos

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