Ao portal LeoDias, jornalista de TV invadida por terroristas, no Equador, relata medo
Felipe Colino gravava uma publicidade quando a polícia chegou e pediu evacuação do local
Poucas horas após a invasão de narcoterroristas à TC Television, no Equador, a reportagem do portal LeoDias conversou com Felipe Colino, apresentador e jornalista contratado da emissora, uma das principais do país, que viveu os mesmos momentos de terror que seus colegas de trabalho enquanto gravava uma publicidade. O jornalista, que recentemente teve uma passagem profissional pelo Brasil, adiantou que todos as operações artísticas do canal estão paralisadas e não há previsão de retorno.
“É uma dor inimaginável estarmos numa guerra cível, pois o presidente declarou estado de emergência por conflito armado interno. Estão numa luta contra o narcoterrosimo que tomou conta do país, um problema que vem acontecendo há algum tempo aqui no Equador, mas que acreditamos ter chegado ao ápice”, analisa ele, que atualmente grava uma série documental para a rede após participação no programa Dança dos Famosos.
“No dia de hoje, vários grupos terroristas semearam o medo, a delinquência e a morte nas ruas de todo Equador, nas principais cidades, lugares comerciais, residenciais e estratégicos, é por isso que um número enorme de bandidos armados — e até com menores de idade –, entraram na TC Television, que é uma das principais emissoras do país, com os maiores índices de ibope”, contou ele sobre a emissora com 55 anos em atividade na comunicação equatoriana.
O estado de emergência no Equador
Para Colino, que em 2021 foi apresentador do Debate Presidencial da TC Televisión, o ato teve um propósito ainda maior, que é chamar a atenção do mundo. “Essa invasão deixa explícita a mensagem que eles querem dar para o país e agora para o mundo inteiro. O narcoterrositmo tomou sim conta do Equador”, aponta ele.
A corrupção, a posição geográfica estratégica e a impunidade, hoje fazem do Equador um dos mais importantes pontos do tráfico de drogas no mundo. Menos de dois meses após o começo de seu mandado, o presidente Daniel Noboa, de 36 anos, prometeu acabar com a crescente violência no país.
Após decretar estado de emergência na segunda-feira (08/01), o chefe de estado anunciou que o país entrava em um conflito armado interno e pediu ao Exército para intervir e neutralizar grupos criminosos.
A reação do jornalista ao ver colegas como reféns dos criminosos
“Ver jornalistas e apresentadores apontados com armas, jogados no chão, pessoas clamando por suas vidas, câmeras e equipes operativas de reféns, delinquentes mostrando bombas e armas, tudo isso ao vivo, transmitido para todo o país e para o mundo, era uma cena somente pensada em uma série da Netflix ou um filme de terror, algo muito fora da realidade, mas era a nossa realidade”, lamenta o jornalista.
E continuou: “Mas essa cena foi apenas uma das dezenas de cenas que estavam acontecendo simultaneamente por todo o país”, disse Felipe Colino, que por vários minutos se viu escondido aos fundos de uma loja comercial com várias outras pessoas enquanto era acobertados pela polícia local.
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